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Os casos de acidentes envolvendo escorpiões aumentaram 22% no Estado de São Paulo durante o ano de 2022 na comparação com o ano anterior, 2021, segundo levantamento divulgado pelo governo paulista.

O CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) alerta que o risco de aparecimento desse animal peçonhento aumenta no verão.

Em território paulista, em 2021, foram 34,5 mil casos registrados. Em 2022, o número passou para 41,1 mil. Comparado a 2020, o aumento foi menor, de 10%, com 38,1 mil casos. A tendência de aumento se refletiu também em Itapira, com aumento de 12% nos casos.

Em 2021 foram 197 acidentes envolvendo o animal peçonhento na cidade, número que em 2022 subiu para 221, de acordo com dados do Serviço de Controle de Zoonoses inseridos no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

Os escorpiões se multiplicam em locais quentes e úmidos. Sendo assim, as orientações para evitar o surgimento deles é manter os ambientes da casa mais organizados e limpos, evitando o acúmulo de lixos, entulhos e o surgimento de baratas e moscas, que podem servir de alimento para os escorpiões.

“As ações preventivas são muito importantes e muitas vezes as pessoas se esquecem de adotar essas medidas, deixando entulhos, amontados de madeiras e pilhas de tijolos e telhas nos quintais, por exemplo”, comenta o médico veterinário Rodrigo Bertini, coordenador do Serviço de Controle de Zoonoses em Itapira.

Rodrigo Bertini, veterinário da Zoonoses, é especialista em escorpionismo (Paulo Bellini/ItapiraNews)

De acordo com ele, o escorpião amarelo, especificamente, já é considerado um animal com alta adaptação aos ambientes antropizados, ou seja, convivem muito bem em áreas urbanas que ao longo do tempo foram sendo ocupadas pelo crescimento das cidades.

“É um bicho que convite diretamente no mesmo ambiente que os humanos”, enfatiza. Bertini lembra que esses animais também podem entrar nas residências através dos canos e ralos, então o recomendado é usar telas nesses locais.

Assim como aranhas, os escorpiões também podem se esconder em roupas e sapatos e, por isso, outra orientação é sacudir esses objetos antes de usá-los. Em situações em que é preciso colocar a mão ou pisar em buracos, entulhos e pedras, é necessário usar calçados e luvas de couro.

“Eles entram geralmente em períodos noturnos, procriam no quintal e entram nas casas. As condições climáticas também intereferem nesse processo, quando há poucas chuvas ao longo do ano, os escorpiões saem para buscar água. Para se ter ideia, um escorpião filhote que entra em uma tubulação e se esconde em alguma fresta pode ir se alimentando de cupins e em poucos meses já começa a se reproduzir”, explica o veterinário da Zoonoses.

  • GRAVIDADE

Em nota, a diretora da Divisão de Zoonoses do CVE paulista, Roberta Spínola, diz que as picadas de escorpião podem ser letais, principalmente em crianças de até 10 anos, e orienta que, em caso de acidente, a vítima deve procurar uma unidade de saúde o quanto antes para receber o tratamento necessário.

O Estado de São Paulo tem centros de referência para atendimento em casos de acidentes com animais peçonhentos, sendo 211 unidades espalhadas por várias regiões. Em Itapira, o local a ser procurado é o Pronto Socorro do Hospital Municipal.

“O hospital é o ponto estratégico para receber as pessoas picadas por escorpiões em Itapira. É onde fica o estoque dos soros antivenenos, sob um controle rigoroso da Divisão de Vigilância Epidemiológica para utilização em casos de emergências”, finaliza Bertini.

  • CAPTURAS

Em Itapira, a equipe do Serviço de Control de Zoonoses desenvolve um trabalho tido como referência no controle da população de escorpiões dos cemitérios, locais que acabam se tornando focos da proliferaão desses animais em razão da grande presença de baratas nos túmulos.

Os períodos de captura variam conforme as condições climáticas, em noites sem chuvs e abafadas, com temperaturas elevadas que favorecem a operação. O trabalho utiliza luzes ultravioletas que fazem com que os escorpiões ‘brilhem’ no escuro.

Os filhotes são sacrificados, enquanto que os adultos que sobrevivem à captura são recolhidos e encaminhados ao Instituto Butantan para a fabricação de soro antiofídico. Neste ano, o trabalho teve início nos últimos dias no Cemitério Municipal da Saudade, após a trégua nas semanas chuvosas de janeiro.

Escorpiões que sobrevivem à captura são enviados ao Butantan para produção de soro (Paulo Bellini/ItapiraNews)

DICAS PARA O CONTROLE DE ESCORPIÕES
Não passe veneno. Venenos comuns não matam escorpião. Eles possuem um sistema respiratório capaz de fazer com que fiquem paralisados por um tempo e depois voltam ao normal, aí vão procurar proteção dentro das casas, armários, etc.
De acordo com Manual de Controles de Escorpiões do Ministério da Saúde, dedetizar um ambiente a fim de exterminar os escorpiões faz com que os animais se desalojem, mas permaneçam vivos, aumentando os riscos.
Com a aplicação pulverizada do produto, os animais se movem para regiões de superfície, onde não há veneno, e a possibilidade de acidentes aumenta.
Tampe ralos com tela, feche as frestas embaixo das portas à noite. Tampe buracos e rachaduras de sua residência. Tampe tomadas não utilizadas. Jogue água sanitária semanalmente nos ralos.
Não acumule lixo e entulho no quintal e denuncie vizinhos que tenham lixo e entulho acumulado. Mantenha o quintal limpo, sem mato alto e com a grama aparada.
Caso encontre um escorpião, a recomendação principal é tentar matá-lo imediatamente ou, com muito cuidado e utilizando uma pinça longa, de 30 centímetros por exemplo, colocá-lo em um recipiente com água, fechar e entrar em contato com a Zoonoses (3813-8820).
Deixe berços e camas desencostadas de paredes e não deixe cobertas, lençóis caídos da cama para o chão para que eles não possam subir. Ao organizar armários e quintal, por exemplo, use luvas de proteção.

 

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