Vereador Tiago Costa perdeu o mandato por decisão da Câmara de Mogi Mirim (Reprodução)
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A Câmara Municipal de Mogi Mirim cassou, na noite da últuma segunda-feira (4), o mandato do vereador Tiago César Costa (MDB) por quebra de decoro.

O parlamentar estava afastado do cargo desde o início de novembro depois de ser denunciado por racismo após um ato ocorrido defronte à sede do Poder Legislativo da cidade.

A cassação do mandato do vereador foi aprovada por 14 votos favoráveis. Dois vereadores foram contrários e um se absteve da votação. Ele também ficou inelegível para concorer a um cargo político em 2024. O parlamentar ainda pode recorrer para tentar reverter a decisão na esfera judicial.

Em setembro, Tiago Costa se envolveu em uma confusão após pedir a retirada de um monumento que fica na frente da Câmara Municipal. Ele convocou uma audiência pública para discutir a remoção da obra batizada de ‘Pelourinho’ por afirmar que o objeto simboliza a escravidão.

Porém, o vereador amarrou um boneco na estrutura, confeccionado com sacos de lixo, para simbolizar um escravizado. Pessoas que estavam presentes entenderem a atitude como uma ofensa e ele acabou sendo acusato de praticar um ato racista.

O parlamentar chegou a ser encaminhado à Delegacia de Polícia e o caso motivou a abertura do processo de cassação na Câmara por quebra de decoro. Na época em que foi afastado do cargo, o parlamentar disse que estava sendo perseguido por ser pré-candidato a prefeito.

  • QUEBRA DE DECORO

O presidente da Câmara, Dirceu Paulino (Solidariedade), destacou que o motivo da cassação foi a quebra de decoro, e não a acusação de racismo. “O que foi analisado e votado durante esses três meses foi a quebra de decoro do vereador, não foi racismo, não foi ato racista”, disse.

“Isso é algo que a Justiça tem que avaliar. Todos os vereadores que votaram analisaram a quebra de decoro, que é por isso da cassação, não por racismo”, completou. Durante a sessão o vereador Tiago Costa se defendeu das acusações.

“Estou sendo rotulado de algo que não sou. Eu não sou e nunca fui racista. A intenção desde o início foi combater o racismo estrutural espalhado no Brasil e fora do Brasil fazendo um ato nesse sentido”, disse.

Ele argumentou que foi mal interpretado ao pendurar o boneco que continha “sacos pretos” que, conforme justificou, serviriam para simbolizar um capuz. “Tem na frente da Câmara Municipal um instrumento que representa o tronco, que se chama Pelourinho, está na placa esse nome”, disse, alegando que o uso do boneco não tinha intenção de depreciar a imagem das pessoas negras, e sim de representar um lugar em que uma pessoa era torturada.

Em vídeo publicado em suas redes sociais no sábado (2), o vereador também falou sobre o assunto e classificou o ato como “uma mentira”. “É muito injusto, me causa muita tristeza e indignação ver o que estão falando”, disse – assista aqui.

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