O responsável técnico pelo Serviço de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, o médico veterinário Rodrigo Bertini, ministrou o treinamento ‘Animais Peçonhentos de Interesse em Saúde – Serpentes’ aos agentes da Defesa Civil de Itapira.
A explanação aconteceu na noite de terça-feira (7), na sede da corporação, quando foram abordadas várias situações referentes às cobras.
A exposição aos 10 participantes durou mais de duas horas e meia, com informações principalmente sobre as duas espécies mais encontradas na região – cascavel e jararaca.
“O treinamento versou, entre outros assuntos, sobre como identificar as espécies e o cuidado necessário com os locais para posterior soltura das não peçonhentas, por exemplo”, disse Bertini.
Neste último caso, a orientação é bem pertinente, até mesmo para preservar a integridade das serpentes no habitat ideal. “Muitas pessoas matam as cobras quando as encontram, o que é um enorme equívoco”, ponderou.
Técnicas de segurança, o manejo correto dos equipamentos utilizados na captura, atendimento pré-hospitalar e a qual órgão recorrer no caso de acidentes também fizeram parte do conteúdo apresentado.
“Nosso ponto estratégico de referência na região é o Hospital Municipal de Itapira. No caso de picadas de cobras, é o primeiro local a ser buscado, já que mantém um estoque fixo de soro”, reforçou Bertini.
Gráficos com informações sobre acidentes provocados por serpentes venenosas em Itapira foram exibidos aos agentes. Bertini classificou o treinamento como “muito importante, já que situações desse tipo fazem parte do cotidiano de trabalho da Defesa Civil”.
- INCIDÊNCIA
O coordenador interino da Defesa Civil, o agente Thales Tonolli Scholz, explicou que no período das chuvas cresce muito a incidência de serpentes em áreas de pastagens, bem como em sítios e chácaras.
No caso das peçonhentas, é feita a captura e remoção segura até o Setor de Zoonoses. No órgão municipal a espécie e posteriormente encaminhada ao Instituto Butantã, na capital, para extração do veneno e produção do soro antiofídico. Já as não venenosas são devolvidas ao habitat natural.
“Estamos recebendo muitas chamadas de ocorrências com cobras e é de suma importância que os agentes estejam alinhados nos procedimentos. O treinamento serviu para estreitarmos ainda mais nossos conhecimentos sobre serpentes peçonhentas e não peçonhentas, bem como a identificação, captura e transporte seguro”, completou Scholz.
Atendimento pré-hospitalar de vítimas, medidas de segurança e procedimentos necessários até a chegada ao HM complementaram o treinamento. “Também conversamos sobre escorpiões, morcegos e tudo o que há de interesse na saúde”, frisou o coordenador interino.
A explanação de Bertini começou por volta das 19h00 e foi encerrada às 21h30. O médico veterinário adiantou que o próximo treinamento com os agentes será referente aos morcegos, principalmente para uniformizar a atuação nos chamados.