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A Associação Pétalas de Rosas comemorou, em 8 de março, 10 anos de uma primorosa caminhada exclusivamente focada no acolhimento, orientação e amor concedidos às mulheres vitimadas pelo câncer de mama.

A excelência no trabalho desenvolvido pela ONG (Organização Não-Governamental) junto à comunidade itapirense pode ser mensurada pela abrangência das atividades exercidas ao longo de uma década.

Atualmente o atendimento abraça 60 ‘pétalas’, como são carinhosamente chamadas as mulheres que recorrem à associação em busca de apoio físico e psicossocial a partir do momento em que recebem o diagnóstico para a doença.

Sempre com ações bem definidas e muito claras, a Pétalas de Rosas não para de crescer. O acolhimento começa pela assistente social, que apura todas as necessidades e efetua os encaminhamentos não somente aos serviços encontrados na rede municipal, mas também aos profissionais que trabalham voluntariamente.

“Muitas mulheres chegam até nós com o emocional completamente abalado a partir do momento em que recebem o diagnóstico do câncer de mama. A primeira coisa que passa pela cabeça de muitas delas é que vão morrer. Algumas encaminhamos diretamente para o psiquiatra ou psicólogo, já que várias pensam até em suicídio”, conta a presidente da associação, a fisioterapeuta Kátia Celene Galizoni Brandão, 53.

Diretoria em ação: associação também mantém uma sólida rede de voluntários (Paulo Bellini/ItapiraNews)

O abrangente trabalho é sustentado por uma sólida rede de profissionais voluntários, que jamais se negam a colaborar – psicólogos, psicoterapeuta, fisioterapeuta, nutricionista, advogados, terapeuta ocupacional, entre outros.

Uma dificuldade hoje enfrentada é a constante procura por parte de mulheres acometidas por outros tipos de câncer. “Não temos estrutura para tudo isso. A gente até começou a dar certo amparo para algumas, mas não temos condições”, adverte Kátia.

  • HISTÓRIA

O nascimento da Pétalas está intimamente ligado à história da professora Ivanilde Aparecida Felippe, 62, que em 2011 foi acometida por um câncer na mama direita.

Muito abalada, decidiu aceitar a recomendação da irmã para procurar pelo psicólogo Maurício Nunes de Mattos, que atendia na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro dos Prados.

Depois de um mês de relação médico-paciente, o próprio profissional sugeriu a Ivanilde se encontrar com outras três mulheres que sofriam com a mesma neoplasia, para o início de uma rotina de troca de experiências.

“Foram quatro mulheres que se juntaram e deram tanto amor, tanto conforto uma para outra, que foi sensacional”, recorda a professora. A iniciativa ganhou corpo e passou então a abranger as demais UBSs, em reuniões recheadas de amor, conforto, informações e, acima de tudo, muita esperança.

Caminhada do Outubro Rosa se transformou em mobilização de extrema importância (Paulo Bellini/ItapiraNews)

No período de seis meses o grupo tomou dimensão maior e os encontros foram centralizados na (Associação Comercial e Empresarial de Itapira). A ideia da criação de uma entidade oficializada foi sendo amadurecida, até que em 8 de março de 2014 nasceu a Associação Pétalas de Rosas, com estatuto e diretoria formada.

A primeira presidente foi Vanda Soriani e já em 2016, a ONG alcançou o status de utilidade pública. Também passaram pelo posto principal da instituição Rosana Preto, a própria Ivanilde, Gilza Scholz e agora Kátia.

  • REALIDADE

Kátia e Ivanilde alertam para uma séria constatação: o câncer de mama passou a acometer mulheres com menos idade na comparação com antigos parâmetros.

“Lá atrás, a doença acometia mulheres com mais de 40, 50 e 60 anos. Hoje temos casos de mulheres com 28, 32 e 35 anos”, lamenta Ivanilde.

As incessantes palestras conduzidas durante o ano todo pelas próprias integrantes da entidade, fortalecidas principalmente no período do Outubro Rosa e também em março, no Mês da Mulher, se espalham por empresas e estabelecimentos comerciais.

Entre tantos assuntos importantes, o foco central é alertar para a necessidade da mulher fazer o autoexame e para a diminuição da faixa etária afetada pela doença. Detectado precocemente, o índice de cura do câncer de mama chega a 90%.

Para as duas, a Pétalas de Rosas é uma associação imprescindível no município. “O que seriam de todas as mulheres que atendemos se não tivesse a associação?”, indaga Kátia. “Se você pegar qualquer mulher acolhida pela gente, certamente elas vão dizer que existe o antes e o depois de conhecerem o atendimento da Pétalas de Rosas”, completa Ivanilde. Não há na região nenhum serviço semelhante de atenção às mulheres.

Kátia e Ivanilde: dedicação plena à associação (Paulo Bellini/ItapiraNews)

Ainda dentro das comemorações dos 10 anos, foi realizado um culto de ação de graças na Igreja Presbiteriana Central, juntamente com a Sociedade Feminina. No sábado (23) está programada a festa de aniversário com as ‘pétalas’ e domingo (24), uma missa em ação de graças, às 19h00, na Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida dos Prados

A associação não para de crescer e ganha, dia após dia, enorme respeito junto à população, que se transformou em um braço colaborativo de grande valia para a manutenção das atividades. “As pessoas têm confiança enorme em nosso trabalho”, salienta Ivanilde. “Só crescemos graças ao apoio da população de Itapira”, complementa Kátia.

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