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Alocado desde outubro de 2022 em um imponente casarão na região central de Itapira, o Instituto Balangandã vem contribuindo para a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico do município.

As atividades culturais e lúdicas que hoje ocupam o prédio ajudaram a cessar um processo de delapidação que vinha ocorrendo tanto pela força do tempo quando por invasões e depredação.

Mais que isso, o uso do imóvel histórico como sede do Balangandã vem demonstrando como é possível equilibrar a necessária adequação da estrutura de acordo com alguns conceitos mais modernos sem gerar demolições e sem apagar a história arquitetônica da cidade.

Aliás, a ocupação do prédio por atividades que, de alguma forma, favorecessem a comunidade local já era também um desejo da própria família que é proprietária do casarão que fica na esquina das ruas Bento da Rocha e Joaquim Inácio.

A exigência, porém, era a garantia de que o imóvel fosse devidamente cuidado e preservado sem prejuízo às suas características originais que já resistem por mais de 70 anos, desde sua edificação em meados de 1952.

O casarão com dois pavimentos e uma área de quase 500 metros quadrados foi construído pelo saudoso dentista Donizete de Moraes, que no local residia com sua esposa Maria Assumpta Moro de Moraes e seus quatro filhos Sônia Maria, Rosa Maria, Maria Heloísa e Paulo Eduardo.

“Essa casa foi construída por meu pai, que era dentista e muito conhecido e considerado em Itapira. Nesta casa nós vivemos os melhores momentos da nossa vida. No terraço nós fazíamos bailinhos, festas juninas, confraternizações de família em datas especiais como no Natal e de amigos no Carnaval, usávamos também para estudos, são muitas memórias afetivas”, conta uma das herdeiras do imóvel, Rosa Maria de Moraes.

Ela lembra, inclusive, que seu próprio casamento aconteceu nas dependências do imóvel em um momento em que seu pai estava recém-operado. “As bodas de ouro dos nossos pais também foi nesta casa. Ela realmente guarda muita coisa boa da nossa vida. Nos mudamos para Campinas quando ingressamos na faculdade, mas essa casa sempre foi nosso porto seguro”.

Belíssimo imóvel fica na área central de Itapira (Paulo Bellini/ItapiraNews)

Em 1996, com o falecimento do Doutor Donizete – como era carinhosamente chamado – a matriarca se mudou para Campinas para viver perto dos filhos, mas tempos depois acabou retornando para Itapira, voltando a residir no casarão até seu falecimento, em 2017.

Maria Heloísa também já é falecida e os demais filhos do casal residem em Campinas (SP). Assim, o imóvel acabou ficando fechado e logo se tornou alvo de invasões para pequenos furtos de fiação e objetos diversos.

Foram cerca de cinco anos sem ocupação, até que a família Moraes e os fundadores do Instituto Balangandã, Paulo Bazani e Letícia Fernandes, começassem a conversar sobre a possibilidade da locação do imóvel para se tornar a nova sede do trabalho iniciado em 2017.

Foi a união do útil ao agradável. Em poucas semanas os trâmites burocráticos foram concluídos e um processo de revitalização do prédio começou, sempre com a devida preocupação em manter preservada suas características.

“Durante o tempo em que ficou fechada, a casa passou a ser vítima de depredações e invasões e isso nos deixou muito tristes. Estávamos torcendo bastante para que alguém alugasse ou até mesmo comprasse, mesmo que a venda fosse a última coisa que desejássemos, mas felizmente ocorreu esse encontro de almas entre nós e o Paulo e a Letícia e deu tudo muito certo, estamos muito felizes com a presença do Instituto Balangandã na nossa casa”, acrescenta Rosa.

  • AMPLIAÇÃO E APOIO

Para os fundadores do instituto, a parceria também é motivo de muita celebração. Além da edificação charmosa e de sua localização privilegiada, quase no coração de Itapira, o amplo espaço físico também já vem permitindo a ampliação das atividades.

“Nós estávamos buscando formas de transformar o Balangandã em um meio de difusão de arte e cultura, em especial a música que é a nossa especialidade. Mas, também queríamos oferecer mais atividades ao nosso público infantil. O imóvel em que estávamos antes era muito bom, mas já não comportava várias atividades ao mesmo tempo, e essa casa foi um verdadeiro achado”, comenta Paulo Bazani.

Gostamos muito de construções mais antigas e nos interessamos por toda essa questão de preservação do patrimônio históricos, e por ter muito espaço permite a oferta de uma variedade maior de cursos e de eventos. Costumamos dizer que foi a casa quem nos achou, a Rosa nos encontrou e essa parceria deu muito certo”, completa Letícia Fernandes.

Vale ressaltar que junto da mudança da casa também veio a boa notícia de um novo patrocinador das atividades mantidas pelo Balangandã: o Grupo Penha. “Com a chegada desse apoio por meio do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), poderemos criar mais turmas nos cursos gratuitos, além de abrir novas vagas e oferecer algumas outras atividades. É um apoio fundamental para a manutenção do nosso espaço”, finaliza Paulo.

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