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O recorrente vazamento de áudios que expõem diálogos comprometedores entre vereadores governistas e até mesmo pessoas fora do ambiente do Legislativo gerou uma crise sem precedentes entre os membros da bancada que dá sustentação ao prefeito Toninho Bellini (PSD) na Câmara Municipal.

Desde abril, quase 10 arquivos ganharam as redes sociais e continuam a ser compartilhados em grupos do aplicativo de mensagens WhatsApp e também em perfis no Instagram e no Facebook, por exemplo.

A autoria dos vazamentos ainda é desconhecida e algumas delas foram feitas durante conversas entre a vereadora Maísa Fernandes (PSD) e o presidente da Câmara, Mino Nicolai (MDB), além de outros interlocutores.

O caso inclusive já foi levado à esfera judicial e pelo menos seis boletins de ocorrência foram registrados na Delegacia de Polícia de Itapira.

O conteúdo editado remete, entre vários assuntos, a acusações graves de crime supostamente praticado por um vereador da base, reclamações sobre dificuldades financeiras, tratativas durante o trâmite do projeto que previa reajustar os salários dos legisladores e insinuações que envolvem nomes de outros vereadores situacionistas e pessoas ligadas a partidos do grupo político governista.

  • SALÁRIO

Em um dos áudios distribuídos em aplicativos de mensagens, Maísa e Mino reclamam de dificuldades financeiras.

‘Você acha que eu estou feliz, que eu estou preocupado, que eu tô aqui para resolver problemas dos outros?’, indaga o presidente da Câmara.

‘E você acha que estou feliz também em ter que refinanciar meu carro? Eu não continha dinheiro para pagar o aluguel do mês’, responde a vereadora.

O diálogo prossegue e dá a entender que ocorreu no período do trâmite do projeto que buscava reajustar os salários dos vereadores para quase R$ 10 mil. O presidente da Câmara, inclusive, chega a reclamar, com palavrão, do valor recebido pela atividade parlamentar.

Em outro áudio, também em uma conversa entre os dois vereadores, Mino também utiliza palavras de baixo calão para se referir a pessoas que seriam “prejudicadas” com o aumento do subsídio.

  • INSINUAÇÕES

Mino e Maísa voltam a conversar em outro áudio, no qual o presidente da Câmara interpela a colega sobre se é verdadeira a informação de que ela, outra vereadora e um membro ligado a um partido que apoia o grupo governista haviam solicitado dinheiro, na ordem de R$ 200 mil.

Porém, não fica claro para quem foi feito o pedido. Em outro arquivo aparece uma espécie de negociação antecipada entre Maísa e dois membros de siglas que dão sustentação ao governo Toninho Bellini sobre a intenção de garantirem uma secretaria após as eleições de outubro.

Um áudio vazado também envolve o nome de Maísa e da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais). A circulação dos arquivos começou por volta do mês de abril, quase seis meses antes das eleições municipais.

Sobre os áudios, Maísa disse à reportagem do Itapira News que foi orientada pela advogada a não se manifestar neste momento. Também procurado, Mino Nicolai informou que já tomou todas as providências no âmbito judicial e somente vai se pronunciar após a definição dos trâmites na Justiça.

  • PREFEITO

O prefeito Toninho Bellini (PSD) também registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia depois que ‘prints’ (capturas de tela de celular) começaram a circular nas redes sociais simulando uma conversa no aplicativo WhatsApp entre o prefeito e a vereadora Maísa Fernandes (PSD). O boletim denuncia os crimes de calúnia e injúria – artigos 138 e 140 do Código Penal.

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