publicidade - anuncie aqui
Já na reta final da turnê de quase um mês pelo município, o Family Cirkus chamou a atenção do público itapirense com uma atração que casa perfeitamente com os conceitos de circo diferente, familiar e inclusivo.
Um dos destaques dos espetáculos é o cativante garoto João Lucas Pinheiro Martins, de apenas 14 anos, que nas peças de divulgação é apresentado como o ‘autista artista’ Lukinha.
Diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista), ele representa verdadeiro exemplo de superação e inclusão. Desde que topou encarar os desafios no picadeiro, a evolução do menino foi impressionante e comprovou que não há limites na busca pelos objetivos.
Palhaço, equilibrista, apresentador, cantor, dançarino e baterista, Lukinha é o chamariz da trupe circense comandada pelos pais, Marcos Alexandre Martins, 41, e Talita Regina Pinheiro, 38, e que tem ainda o filho caçula do casal, Luan Pinheiro Martins, 9, considerado o menor malabarista do país.
“A pessoa passa pela porta do circo e se encanta. Mas nem imagina as histórias que estão por trás das cortinas”, salienta Marcos. Com esforço e dedicação, Lukinha superou as adversidades pelo amor à arte circense. Porém, o garoto demorou um pouco mais para definitivamente se soltar por completo.
“Ele nasceu no circo, mas sempre percebi que era um pouquinho diferente das outras crianças. Não ficava nem com os adultos e nem com as crianças. Não brincava e gostava de permanecer no ônibus em que vivíamos”, conta a mãe.
Os pais optaram por respeitar o tempo de Lukinha. Tudo começou a mudar após o nascimento do irmãozinho, quando o primogênito passou a mudar o comportamento. “Começou a se comunicar melhor e a interagir. Eu sabia que ele era diferente, mas achava que era porque sempre mudávamos muito de cidade”, confessa Talita.
-
VIDA NO PICADEIRO
Ao acompanhar os treinamentos e a preparação de um artista no circo onde vivia, Lukinha demonstrou pleno interesse pelo dia a dia de um artista circense. A semente começou a germinar, até que decidiu estar no picadeiro para uma esquete de palhaço com o pai.
“Ele tinha medo das pessoas rirem dele. Mas expliquei que iriam rir com ele e para ele. A partir disso o Lukinha percebeu o quanto era gostoso estar no palco e nunca mais parou”, explica a mãe. Quando a família ainda estudava adquirir o próprio empreendimento, o filho foi o maior incentivador, para surpresa geral de todos.
Os ensaios, treinos e preparação ganharam espaço prioritário na vida do garoto e o astro mirim explodiu e ganhou o mundo. “Ele pegou tudo muito rápido, sempre com atenção e cuidado. Meu filho é muito regrado, organizado e cuidadoso com toda estrutura do circo”, elogia Marcos.
“O autismo nunca impediu meu filho de se envolver e demonstrar um crescimento absurdo. A partir da primeira vez que entrou no palco, venceu seus medos, receios e as próprias limitações”, salientaram os pais. O diagnóstico nunca representou qualquer obstáculo à família. “Nos adaptamos a essa situação. Depois da pandemia fomos atrás do diagnóstico e a vida seguiu muito bem”, revelam Marcos e Talita.
Para os meninos, trabalhar em família é um privilégio. “Sinto muita segurança. É muito divertido estarmos todos juntos no palco”, comemora Lukinha. “Nós nascemos para isso”, emenda o pequeno Luan.
“O circo hoje é para o desenvolvimento deles. Tudo que temos está aqui e acreditamos nisso. Não é fácil, mas seguimos firmes com a família no palco”, complementa Marcos.
Publicidade - Anuncie aqui