O recém-inaugurado Caami (Centro de Acolhimento aos Animais de Itapira) vai abrigar exclusivamente gatos e cães de pequeno porte, vítimas de maus-tratos ou resgatados em situação de risco.
A triagem é de responsabilidade da DPBEA (Divisão de Proteção e Bem-Estar Animal), órgão que atende denúncias, recolhe as espécies e efetua o encaminhamento.
Animais de grande porte, como equinos e bovinos encontrados soltos em ruas e avenidas do município, seguem conduzidos para um abrigo separado, que fica na área aos fundos do novo espaço.
Depois de três anos e nove meses desde a conclusão da obra, o Caami iniciou as atividades somente na sexta-feira (30) e abrigava três cães até a manhã de terça-feira (3) – mais dois estavam em vias de chegar. A estrutura funciona ao lado do Almoxarifado Municipal, na Rodovia SP-147 (Itapira-Lindoia).
Segundo explicou a médica-veterinária do equipamento, Camila Barbosa, a lei que estabelece as diretrizes de funcionamento do Caami terá que sofrer ajustes. Um deles se refere ao tempo de permanência do animal, atualmente em 60 dias.
“Se dentro desse prazo não aparecer ninguém interessado em adotar, não podemos simplesmente colocar o animal na rua novamente. Então esse ponto será revisto”, disse.
A ideia é definir um roteiro de feiras de adoções e datas para visitações públicas ao local, além da criação de uma página na Internet para apresentação dos animais que buscam por tutores. “Depois do período de permanência no Caami, quando estiverem reabilitados, os animais poderão voltar à sociedade”, lembrou Camila
Outra mudança sugerida na legislação é quanto à capacidade de atendimento no Caami – atualmente em 60 cães. “Deveremos reduzir para 30. Uma coisa é você ter dois cães por canil, com 10 quilos cada. Outra é entrar em uma baia com dois cães de 40 quilos cada”, advertiu. “Se não tomarmos todos os cuidados necessários e não formos criteriosos, logo teremos toda capacidade comprometida. E daí quem realmente precisar não vai encontrar lugar no Caami”, pontuou.
- PREOCUPAÇÃO
Além de vigias, câmeras de segurança 24 horas estão posicionadas para evitar que animais sejam ‘despejados’ irresponsavelmente na porta do Caami na calada da noite, transformando o equipamento em um depósito de animais.
“A ideia é acolher o animal em situação de risco, machucado, debilitado, sem dono ou então vítima de maus-tratos. Não tem aquela ideia de ‘não estou conseguindo lidar com meu animal, então vocês poderiam cuidar dele aí?’. Isso não existe aqui’”, salientou Camila.
Uma adequação necessária na estrutura será a vedação das telas do gatil, que fica próximo à área de passeios dos cães. “Isso para evitarmos o estresse dos animais”, explicou
A gestão do equipamento é feita pela Sama (Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente) e a equipe de trabalho conta inicialmente, além da médica veterinária, também com o escriturário administrativo Bruno Palandi e auxiliares de serviços gerais. No local os animais recebem alimentação, medicação, higienização e vigilância.