Sartori não descarta, daqui quatro anos, encarar uma disputa ao Executivo (Paulo Bellini/Itapira News)
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Reeleito para ocupar uma das 13 cadeiras na Câmara Municipal de Itapira na legislatura 2025-2028 pelo Psol (Partido Socialismo e Liberdade), o professor Leandro Sartori, 44, terminou o pleito de domingo (6) como o campeão de votos, ao totalizar 1.697.

Em entrevista concedida ao Itapira News, ele avaliou como “interessante” a nova composição do Legislativo para os próximos quatro anos, agora com predominância não alinhada ao governo municipal.

“No mínimo acho que teremos uma Câmara mais interessante. Hoje, na conjuntura com 10 vereadores, em quase todo mandato sete ficaram com o (Toninho) Bellini. Você ia para o debate já sabendo que o resultado seria favorável ao governo de qualquer maneira, mesmo com ponderações”, lembrou.

A partir de 2025 são oito legisladores não alinhados à administração municipal – sete da Coligação Renova Itapira, liderada pelo deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), e Leandro Sartori, do Psol. “Entendo que os vereadores do governo terão dificuldade maior e precisarão vir de uma maneira bem mais aberta ao diálogo. Não que o governo nunca tenha dialogado, mas é que não precisava porque tinha maioria. Agora vai ter que ser aberto mais ao diálogo”, projetou.

Na opinião de Sartori, “haverá momentos em que estarei posicionado inclusive não só contra o governo Bellini, mas também contra a oposição munhozista. Poderá ser que muitas vezes eu seja, além de oposição ao governo, também oposição à oposição”.

Vereador do Psol foi votado em 160 das 161 seções eleitorais (Paulo Bellini/Itapira News)

O vereador reeleito explicou que a estratégia do Psol nas eleições municipais de 2024 era, além da reeleição do único representante na Câmara até então, eleger ainda mais um nome.

“A estratégia do partido foi colocar outras candidaturas de peso e tentar eleger pelo menos dois. Com isso, em relação a 2020, eu sabia que perderia votos de alguns nichos, mas que conquistaria em outros, como a questão do autismo, do funcionalismo público e até da saúde, por exemplo”, disse.

Votado em 160 das 161 seções eleitorais, para Sartori o resultado premiou um mandato que trabalhou pela cidade independentemente da posição político-partidária.

“Consegui trazer muitas emendas para a cidade. Nunca me neguei a pontuar posição. Não fiquei fazendo a política do berro e sim a política de propostas, que muitas vezes infelizmente foram negadas pela base do governo ou pelo próprio governo”, lamentou.

  • PAUTAS AMPLIADAS

Apesar de considerar bem limitado o poder de atuação do vereador, Leandro Sartori projeta um segundo mandato focado na ampliação de pautas que atendam os interesses do município.

“A lei inibe o vereador de realizar. Nos projetos de lei, por exemplo, tem sempre a questão do vício de iniciativa. Qualquer projeto que tenha um centavo de gasto não é colocado. É um parâmetro dessa Câmara Municipal. Mas minha atuação será a de defender pautas que já tenho muito claras e também ampliar esse leque. A única coisa em que podemos ajudar é nas emendas e neste caso felizmente tenho duas parceiras incríveis, a deputada estadual Mônica Seixas (Psol) e a federal, Sâmia Bonfim (Psol), que tenho certeza que continuarão com a gente nos próximos anos”, salientou.

Leandro Sartori vai para a segunda legislatura na Câmara Municipal (Paulo Bellini/Itapira News)

Amparado sempre por posições coletivas do partido, pessoalmente Sartori admitiu que não gostaria mais de disputar uma candidatura a vereador em 2028. “O grupo não necessita só de uma pessoa para representá-lo. Acho que há outras muito capazes e que podem me substituir na Câmara”, reiterou, reafirmando que esta situação será muito debatida internamente pelo Psol nos próximos anos.

Nesta mesma linha de pensamento ele projeta voos mais altos na política local e inclusive não descarta uma candidatura ao Executivo. “Uma candidatura a prefeito futuramente nunca é descartada. E nem a vereador, claro, mesmo porque tudo será decidido pelo grupo. Mas o desejo pessoal é a busca por outras lideranças dentro do partido. Esses próximos anos serão cruciais”, complementou.

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