Sirlene, Selma, Valdirene e Daiane: revolta pela situação enfrentada (Itapira News)
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A ousadia dos criminosos não poupa sequer as homenagens póstumas prestadas no Cemitério Parque Municipal da Paz. O espaço público localizado no Jardim Raquel voltou a ser alvo de furtos de peças em bronze ou metal afixadas nas lápides dos túmulos.

O problema já é recorrente, mas as costureiras Valdirene de Lima, 53, Daiane Caroline de Lima Tenório, 35, Sirlene Alves Moreira, 47, e Selma Alves Moreira Massarotti, 41, decidiram acionar o Itapira News para mostrar a revoltante situação e cobrar soluções junto à Prefeitura de Itapira.

A reportagem esteve no Parque da Paz no início da tarde de sexta-feira (25) e tomou ciência de que dezenas de túmulos tiveram peças em bronze levadas pelos ladrões. “Até o Dia dos Pais (11 de agosto) estava tudo perfeito. Estive no cemitério, limpei o túmulo do meu pai e estava tudo bonitinho”, conta Valdirene, acompanhada da irmã Daiane.

Mas na semana passada, ela tomou ciência de que a sepultura onde estão enterradas a mãe e a irmã de Sirlene e Selma havia sido furtada. “Então decidi na quinta-feira (24) ver o túmulo do meu pai. As placas de bronze foram todas levadas. Aliás, fizeram uma limpa praticamente em todos os cantos do cemitério”, lamenta.

Sirlene olha para o túmulo da família: placas foram levadas (Paulo Bellini/Itapira News)

Valdirene explicou que a GCM (Guarda Civil Municipal) foi acionada. Na ocasião, ela recebeu a informação de que usuários de drogas e ladrões acessam o cemitério por buracos no alambrado.

“Postamos o caso no Facebook e muita gente comentou que também enfrentou o mesmo problema”, salienta Sirlene. “Isso aqui é uma bagunça à noite”, completa Selma.

  • MUITA DOR

As entrevistadas não esconderam a indignação com o ocorrido. “Na hora em que vi a situação do túmulo fiquei revoltada e comecei a chorar”, desabafa Selma. “É uma dor profunda”, confessa Sirlene. “Para muitas pessoas isso tudo pode não significar nada, mas o respeito com nossos familiares que já se foram é fundamental”, defendem.

Para Valdirene, o bem cuidar dos jazigos representa uma maneira de guardar as boas lembranças deixadas pelos familiares. “É um apego às lembranças. A gente fez com tanto carinho, escolheu a foto para deixar bem bonito, mas daí furtam e destroem tudo. É muito triste”, conta.

As entrevistadas foram unânimes em afirmar que já passou da hora do Cemitério Parque da Paz ter um vigia no período noturno, um sistema de vigilância por câmeras ou ser fechado totalmente por muros. Lembraram também que é preciso fiscalizar os estabelecimentos que compram produtos procedentes de ações criminosas.

“Nas placas constam nomes e datas de nascimento e falecimento. Ou seja, é muito fácil de identificar que se trata de produto de furto. Sabem que é placa de cemitério, mas mesmo assim compram. Poderiam muito bem ligar e avisar a polícia. Se não tiver quem compre, ninguém vai furtar”, destacaram.

  • OUTRO LADO

A reportagem enviou questionamentos à Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Itapira, cobrando um posicionamento da administração municipal sobre o caso. Até a publicação da matéria, nenhuma resposta havia sido encaminhada à redação.

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