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Inaugurado em 19 de outubro de 1984, com o propósito de ‘incrementar o comércio itapirense e dar nova vida ao principal logradouro público da cidade’, o Centro Comercial ‘David Moro’, localizado no piso térreo da Praça Bernardino de Campos, completa 40 anos neste sábado (19).
De início a ideia concebida pela administração municipal obteve êxito rapidamente. Os oito boxes liberados na parte inferior da praça chegaram a ser ocupados por serviços variados, como casa lotérica, locadora de vídeos, salão de cabeleireira, loja de materiais esportivos e até mesmo uma lanchonete.
Mas com o passar dos anos, o perfil estritamente comercial da área que contorna a fonte perdeu força. Atualmente, dos espaços destinados a empreendedores, a maior parte é ocupada por repartições públicas. O único remanescente e que há quatro décadas segue no mesmo Box 1 é o Bar e Café Kashiba, um dos ‘points’ mais conhecidos do Centro itapirense.
“Naquela época, essa parte (inferior) da praça só tinha bancos para o pessoal sentar. Então a Prefeitura propôs a criação desse Centro Comercial e nós comerciantes é que construímos os boxes”, conta Luís Carlos Tochiro Kashiba, popularmente conhecido como Tochi.
Ao lado da esposa Sandra Margarete de Oliveira Kashiba, o casal comanda o primeiro estabelecimento que abriu as portas no recém-inaugurado Centro Comercial, mais precisamente em 23 de outubro de 1984. Uma estreia com direito a chope e samba a cargo dos componentes da extinta escola Acadêmicos da Vila Ilze.
Tochi mantém ótimas lembranças dos antigos vizinhos. “Ao lado funcionou a casa lotérica do João Barata. Depois vinha a Meca Vídeo e a Sônia Riboldi. Mais ao fundo, ao lado da escadaria, tinha a Lanchonete Trebadus e do outro lado, a loja Bi Esportes e ainda uma cabeleireira”, detalha.
Atualmente os boxes são ocupados por repartições municipais (Paulo Bellini/Itapira News)
Ele reconhece que muita coisa mudou com o passar de 40 manos e o perfil estritamente comercial da parte inferior da Bernardino de Campos ficou para trás. “O Bar e Café é o único que resistiu até agora. Estamos aqui com a graça de Deus”, celebra.
Tochi acredita ser difícil retomar o viés para o qual o Centro Comercial foi criado no piso térreo da praça, a não ser que o logradouro seja alvo de um contundente plano de revitalização.
“É muito difícil. O modo de vida atualmente é outro. As pessoas buscam por lugares mais espaçosos, como o Parque Juca Mulato. Trazer comércio para funcionar aqui só se for durante o dia, porque depois das 18h00 fica tudo vazio”, adverte.
  • FAMÍLIAS
Profundo conhecedor da história itapirense, o memorialista Arlindo Bellini confirmou que no início o Centro Comercial foi bem-sucedido, mas com o passar dos anos acabou esvaziado. “Hoje é a Prefeitura que utiliza a maioria dos espaços”, aponta, ao fazer uma visita ao local.
“Para atrair as pessoas a praça precisaria de eventos costumeiros, semanais, como ocorre no Parque Juca Mulato. Quando você usa o espaço público para reunir as famílias, isso se torna atraente inclusive para o comércio. Nem mesmo a Banda Lira toca mais aqui, como ocorria dominicalmente”, lamenta.
Com a fuga das pessoas para outros ‘points’ de lazer no município considerados mais atraentes, Bellini salienta que o piso térreo da Bernardino de Campos virou um local pouco procurado, o que desestimulou muitos comerciantes.
Arlindo Bellini: praça precisa voltar a ser das famílias (Paulo Bellini/Itapira News)
Mas o memorialista aponta para algumas direções que podem representar mudanças no panorama atual. “Se tivermos eventos na praça, por exemplo, talvez um dia esse espaço público volte a ter mais uma lanchonete, uma choperia ou negócios desse nicho, com mesas espalhadas e tudo mais. Mas é preciso ter atrativos. A praça precisa voltar a ser das famílias e para isso é necessário uma revitalização principalmente na chamada parte baixa”, completa.
  • REVITALIZAÇÃO
Grandiosos e arrojados planos de revitalização sugeridos pela administração municipal sempre nortearam a Praça Bernardino de Campos, mas nenhum literalmente saiu do papel.
Em 2014, por exemplo, um concurso foi instituído pela Prefeitura para escolher um projeto capaz de conduzir essas diretrizes. O desenho arquitetônico vencedor, assinado por um escritório de Campinas (SP), foi premiado inclusive com o valor de R$ 15 mil.
O projeto executivo previa mudanças consideráveis no traçado da praça, com espaços que privilegiassem a acessibilidade e mobilidade urbana, por exemplo. Porém, orçado em R$ 130 mil, o desenvolvimento nunca ganhou o campo prático.
Em março do ano passado, o governo municipal planejava estabelecer um plano de revitalização para a praça, o que não se concretizou plenamente.
A previsão era investir em torno de R$ 1,5 milhão nas benfeitorias, montante proveniente do empréstimo de R$ 40 milhões junto à Caixa Econômica Federal, por meio do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento na Modalidade Apoio Financeiro).
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