O Corpo de Bombeiros de São Paulo resgatou 1.043 pessoas vítimas de afogamento nas praias do litoral paulista entre 1º de dezembro e 6 de janeiro.
No período, a corporação também ajudou a localizar 131 crianças que se perderam de seus responsáveis. As operações são realizadas por cerca de 800 profissionais, incluindo guarda-vidas e militares, com apoio de embarcações, aeronaves e ferramentas de monitoramento.
O maior índice de ocorrências aconteceu em 31 de dezembro, com 175 salvamentos. No primeiro dia do ano, foram 166 vidas salvas.
Segundo o GBMar (Grupamento de Bombeiro Marítimo), responsável pelas ações em 14 municípios do litoral, a maioria dos casos está relacionada ao comportamento inadequado dos banhistas.
“Não existe praia mais perigosa do que a outra. Os afogamentos acontecem pelo comportamento inadequado dos banhistas, que desrespeitam as placas de sinalização indicando que aquele local é perigoso”, disse a chefe de comunicação do GBMar, capitão Karoline Burunsizian.
Cerca de 90% dos óbitos registrados em 2024 por afogamento no mar ocorreram em locais inadequados para banho.
As placas de sinalização apontam um risco específico naquela área, indicando a presença das correntes de retorno. “É como se água virasse uma esteira que te arrasta para o fundo do mar”, explicou a bombeira. “O guarda-vidas é treinado para identificar essas correntes e sinalizar onde elas estão”, complementou.
Os bombeiros destacam que frequentar praias com guarda-vidas é uma medida essencial para a segurança. Uma ferramenta online indica quais praias contam com o serviço desses profissionais.
- DICAS
Para evitar o risco de afogamento, é recomendado aos banhistas seguir algumas orientações, entre elas estão:
- Respeitar placas de perigo.
- Evitar o consumo de álcool antes de entrar no mar.
- Manter a água no limite da linha da cintura.
O uso de flutuadores como boias e pranchas é desencorajado, pois podem transmitir uma falsa sensação de segurança. Em situações de emergência, a orientação é acionar imediatamente o número 193, evitar tentativas de resgate sem treinamento técnico e, se possível, jogar objetos que auxiliem a vítima a flutuar.
“Apenas os guarda-vidas possuem um treinamento técnico para fazer o salvamento. A pessoa que tenta resgatar pode acabar sendo levada pelo mar também”, orientou a bombeira.
Os guarda-vidas utilizam nadadeiras, flutuadores e equipamentos como motos aquáticas, pranchas e helicópteros para realizar os resgates. No final de dezembro, uma operação com o helicóptero Águia da Polícia Militar salvou quatro crianças, com idades entre 10 e 14 anos.
- CRIANÇAS
Os guarda-vidas também ajudaram a localizar crianças que se perderam dos familiares nas praias. No período analisado, 131 crianças foram encontradas e entregues aos pais.
Vale lembrar que os bombeiros possuem pulseiras de identificação para que sejam colocados os dados dos responsáveis para facilitar o encontro caso a criança se perca. Basta os responsáveis procurarem pelo profissional mais próximo.
Em 2024, o Corpo de Bombeiros salvou 3,7 mil vítimas de afogamento, sendo quase metade delas entre 11 e 30 anos. O Guarujá registrou o maior número de ocorrências, com 108 mortes no mar.