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A ‘CPI dos Áudios Vazados’ instaurada pela Câmara Municipal de Itapira para apurar o conteúdo de conversas gravadas de forma clandestina pela vereadora Maísa Fernandes (PSD) vai começar a ouvir membros do grupo governista.

Ao todo, seis oitivas foram marcadas para acontecer nesta semana, sendo quatro com vereadores que fazem parte da bancada situacionista no Legislativo – incluindo a própria vereadora.

Ela já deveria ter sido ouvida na semana passada, mas não compareceu à sessão e apresentou atestado médico.

Além dela, na sessão da CPI desta quarta-feira (6), com início às 9h00, serão ouvidos também os parlamentares Mino Nicolai (MDB) – atual presidente da Câmara; Beth Manoel (MDB) e André Siqueira (MDB).

Na quinta-feira (7), às 15h00, será a vez do presidente do PRD (Partido da Renovação Democrática), José Vicente da Costa Júnior, além do servidor público municipal Ronaldo dos Santos Vitório, também citados nos áudios vazados.

  • PREFEITO SERÁ QUESTIONADO

Além dos vereadores e pessoas ligadas ao grupo político que comanda a Prefeitura atualmente, o próprio prefeito Toninho Bellini (PSD) também receberá questionamentos enviados via documentos pela CPI.

Segundo apurado pela reportagem, as questões deverão ser enviadas ainda nesta semana com objetivo de obter esclarecimentos principalmente em relação a um possível aparelhamento das secretarias municipais e pagamento de benefícios a vereadores.

Essas situações foram sugeridas em uma das gravações feitas por Maísa. Para sexta-feira (8) está prevista uma reunião interna entre os membros da CPI para apuração das oitivas e, no dia 12 deste mês, acontecerá a elaboração do relatório final que deverá ser apresentado e lido no dia 14.

  • RETA FINAL

Se o parecer da ‘CPI dos Áudios Vazados’ for pelo arquivamento, o plenário do Legislativo será somente cientificado. Caso contrário, podem ser adotadas providências como encaminhamento ao Ministério Público, à Prefeitura ou instauração de uma Comissão Processante na Câmara para análise de eventual pedido de cassação do mandato da vereadora.

Os trabalhos da comissão começaram oficialmente no dia 13 de agosto, inicialmente com dois meses para a conclusão. Contudo, após um acidente envolvendo Maísa, a CPI foi prorrogada por mais 30 dias e agora segue até a primeira quinzena de novembro.

  • RELEMBRE O CASO

O pedido de abertura da CPI com objetivo de apurar ‘infrações e irregularidades’ que teriam sido cometidas pela vereadora Maísa Fernandes foi feito no início de agosto pelos vereadores oposicionistas Carlinhos Sartori (PSDB), Carlos Briza (PP), César da Farmácia (Mobiliza) e Leandro Sartori (Psol). Nesta quarta, Leandro e Briza acompanharam os trabalhos.

Os autores do requerimento, entretanto, foram impedidos de se candidatar à participação da comissão, sob o argumento, feito pelo presidente da Câmara, Mino Nicolai, de que quem faz a acusação não poderia atuar nas investigações.

Diante do imbróglio, os governistas Luan Rostirolla, André Siqueira e Fábio Galvão dos Santos se colocaram à disposição para atuarem na comissão. A questão foi interpretada como uma manobra política por parte da bancada da situação com base em uma brecha no Regimento Interno da Câmara.

Antes disso, Maísa assumiu a autoria de gravações clandestinas de conversas com outros vereadores e atores políticos do município e que ao longo dos últimos meses tiveram trechos distribuídos em aplicativos de mensagens e rede sociais, revelando supostas negociações envolvendo distribuições de verbas, cobranças de favores e aparelhamento de secretarias municipais, por exemplo.

Em vídeo publicado em seu perfil no Facebook no dia 9 de julho, a vereadora disse que a distribuição dos áudios nas redes sociais foi feita de maneira criminosa, afirmando, ainda, ter sido orientada a realizar as gravações por um servidor público municipal que, posteriormente, teria sido o responsável pelos vazamentos.

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