
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga o teor das gravações de conversas feitas clandestinamente pela vereador Maísa Fernandes (PSD) voltou a se reunir na manhã desta quarta-feira (18) na Câmara Municipal.
Durante os trabalhos, cinco áudios com trechos das gravações que circularam em aplicativos de mensagens e redes sociais foram reproduzidos no plenário do Legislativo.
A vereadora que confessou ter feito as gravações com várias pessoas sem que elas soubessem não acompanhou a reunião que terminou com a convocação para que ela seja ouvida pela comissão no dia 9 de outubro – três dias após as eleições que acontecerão no dia 6.
A reunião foi aberta às 9h35 pelo vereador Luan Rostirolla (PSD), presidente da comissão, ao lado do relator Fábio Galvão dos Santos. André Siqueira (MDB), que também é membro da CPI, não compareceu.
Os trabalhos foram acompanhados pelos vereadores Leandro Sartori (Psol) e Carlos Briza (PP), dois dos autores do pedido de investigações.
Na abertura da reunião, Rostirolla comunicou o recebimento de um pen drive contendo seis arquivos, sendo cinco áudios com trechos de conversas e o vídeo publicado pela vereadora em julho e no qual assume a autoria das gravações clandestinas.
Também foi lida a matéria de um jornal sobre o tema. Na reunião anterior, no dia 4 de setembro, a CPI havia cobrado a entrega das mídias pelos vereadores autores do pedido de investigação, ato que retardou o efetivo início dos trabalhos de apuração.
“Agradeço aos autores por fornecer as mídias e agora temos um norte para onde seguir e para o relator começar a formular seu relatório. É de extrema importância ouvir a todos os citados, a começar pela principal acusada. De forma oficial, despacho ao relator os áudios e o vídeo e solicito aos servidores da Casa a transcrição dos arquivos”, disse o presidente da CPI antes de encerrar o encontro.
De acordo com ele, a data escolhida para a primeira oitiva da vereadora segue o mesmo parâmetro do agendamento das duas primeiras reuniões, com intervalos de 15 dias entre as datas, mantendo o mesmo horário das 9h30 para a abertura da sessão.

- ENTENDA
A Comissão Parlamentar de Inquérito foi instaurada em 8 de agosto para apurar gravações não autorizadas de conversas privadas feitas pela vereadora Maísa Fernandes e cujos conteúdos apontam para possíveis ilegalidades no âmbito da administração municipal.
Os trechos de conversas divulgados nas redes sociais envolvem o presidente da Câmara Municipal, vereador Mino Nicolai (MDB), e a vereadora e colega de bancada Beth Manoel (MDB), além do integrante da GCM (Guarda Civil Municipal), Ronaldo Vitório, e o presidente do PRD (Partido Renovação Democrática) em Itapira, José Vicente da Costa Júnior.
Em um dos áudios, a vereadora também conversa com o prefeito Toninho Bellini (PSD). Ao longo dos últimos meses, diversos trechos dessas gravações foram distribuídos em aplicativos de mensagens e rede sociais, revelando supostas negociações envolvendo distribuições de verbas, cobranças de favores e aparelhamento de secretarias municipais, por exemplo.