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A denúncia de injúria racial sofrida por um jogador do América (RJ), ao término da partida contra a Esportiva Itapirense válida pela rodada de abertura do grupo 14 da Copa São Paulo de Futebol Júnior, foi registrada na CPJ (Central de Polícia Judiciária), em Mogi Guaçu (SP).

O caso ganhou enorme repercussão no final de semana e a acusação do jogador inclusive foi relatada ao árbitro Elder Patrick Dantas. O jogo aconteceu na tarde de sábado (4), no Estádio Municipal ‘Cel. Chico Vieira’, e foi vencido pelo clube carioca por 2 a 1.

Dantas escreveu na súmula que após o término da partida, o atleta João Pedro, do América (RJ), informou à equipe de arbitragem que sofreu ato racista cometido por um jogador da Esportiva e que ‘o diretor da partida (Gregório Rossi Gorni) se prontificou a tomar as decisões cabíveis’.

Como a unidade da Polícia Civil fica fechada em Itapira à noite e aos finais de semana, nesses períodos as ocorrências são registradas diretamente no plantão de Mogi Guaçu e depois retornam à cidade via expediente.

Segundo registrado no Boletim de Ocorrência, o jogador do América relatou que foi chamado de ‘macaco do c… (sic)’ por um atleta adversário.

“Em se tratando de racismo, é um crime de ação pública e incondicionada. Uma vez esse Boletim de Ocorrência chegando à Delegacia, de imediato será instaurado o inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato, ouvir as testemunhas, a vítima e ouvir e havendo substância no levantamento das provas, indiciar o acusado”, explicou o delegado titular de Itapira, Anderson Casimiro de Lima.

A FPF (Federação Paulista de Futebol) se manifestou via nota oficial publicada ainda no domingo (5) e confirmou que um boletim de ocorrência foi registrado para a apuração do caso.

‘Prontamente, o diretor de jogo levou o caso à Polícia Militar. O caso será encaminhado também à Justiça Desportiva, para que sejam tomadas todas as medidas cabíveis. A FPF acompanhará o caso para que as punições sejam aplicadas de forma rigorosa, bem como dará todo suporte necessário para o atleta e ao América-RJ’, destacou, reiterando que ‘a Federação Paulista de Futebol não tolera quaisquer atos racistas ou discriminatórios. A Copinha Sicredi é uma competição democrática, de respeito e alegria, sem espaço para preconceito de qualquer tipo’.

  • CLUBES

O América (RJ) também se manifestou nas redes sociais no domingo. ‘Estamos profundamente consternados com o episódio de racismo ocorrido contra um atleta do América durante a nossa primeira partida na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2025. O racismo não tem lugar no esporte nem em nossa sociedade’, escreveu o clube.

‘Repudiamos veementemente qualquer ato discriminatório e estamos comprometidos em garantir que medidas severas sejam tomadas contra os responsáveis. O futebol é um esporte que deve unir as pessoas, independente de raça, cor ou origem. Vamos continuar a lutar por um ambiente mais justo, inclusivo e respeitoso para todos. Contamos com o apoio de todos para erradicar o racismo do nosso esporte e da nossa vida’.

A diretoria da Esportiva Itapira publicou uma nota de repúdio nas redes sociais, na qual solicita que os fatos sejam apurados com rigor e que  provas sejam apresentadas, ‘para que se faça justiça e não haja espaço para equívocos’.

‘Após o término da partida, fomos informados pelo delegado responsável pela sede de Itapira que um dirigente do América (RJ) relatou um episódio de injúria racial contra um de seus atletas, supostamente cometido por um jogador da nossa equipe. Segundo os relatos, o incidente teria ocorrido no final do jogo, quando um jogador do América estava caído no gramado’, pontua o comunicado da Vermelhinha.

‘Ressaltamos que, ao analisarmos as imagens mencionadas, não identificamos o lance descrito. Contudo, como o racismo é uma acusação gravíssima e intolerável, solicitamos que os fatos sejam apurados com rigor e que as provas sejam apresentadas, para que se faça justiça e não haja espaço para equívocos’, defendeu a nota de repúdio.

O clube reforçou que ‘é contra qualquer forma de discriminação e possui, em seu elenco, inúmeros atletas negros, com os quais mantemos diálogos constantes sobre o combate ao racismo no futebol. Reforçamos que atitudes discriminatórias não são toleradas em nosso clube e que aplicamos punições severas quando comprovações ocorrem. Nos solidarizamos com o atleta envolvido e reiteramos nosso compromisso com o respeito e a igualdade dentro e fora de campo. Aguardamos a apuração dos fatos e confiamos que as autoridades competentes conduzirão o caso de forma justa e transparente’.

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