Dona Dorcides, expoente da Congada Mineira de Itapira, marcou presença (Paulo Bellini/Itapira News)
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Com a presença de nove coletivos e o envolvimento de mais de 500 pessoas entre componentes dos grupos e público, a diversidade de manifestações foi o ponto alto da primeira edição do Encontro de Cultura Popular de Itapira.

O Parque Juca Mulato abrigou mais de seis horas de apresentações na tarde de domingo (8), entre elas de congada, samba de umbigada, maracatu, catira, jongo, carimbó e danças da Amazônia. 

“Recebemos nove coletivos de cultura popular de várias regiões do Estado e a diversidade desse movimento tradicional foi genial. O pessoal das companhias e o público destacaram isso, da sacada de reunir pontos diferentes da cultura popular em um mesmo local”, disse Danilo Lopes, um dos integrantes da companhia responsável pela organização, a Talagadá.

O encontro representou experiência única de ‘viajar’ pelos folguedos populares do país. “Trouxemos um evento que foi capaz de resgatar nossa ancestralidade”, salientou.

A programação começou por volta das 14h00, quando os grupos seguiram em cortejo ao entorno do Juca Mulato até o Palco ‘Maestro Lafayette Vieira’. No local todos se apresentaram Congada de Santa Ifigênia, de São Paulo; Congada de Moçambique, de Caraguatatuba (SP); Congada Mineira de Itapira; Grupo Irmãos de Sangue, de Itapira, com samba de umbigada; Cia. dos Batuqueiros, de Piracicaba (SP), com samba de umbigada; Grupo Jongo do Coreto, de São Paulo, com jongo; Cia. Porto de Luanda, de São Paulo, com maracatu; Grupo Terra Batida, de Socorro (SP), com catira; e Grupo Cultural Yandê TransPará, de Itaquaquecetuba (SP), com carimbó e danças da Amazônia.

Manifestações da cultura popular foram reunidas no Parque Juca Mulato (Paulo Bellini/Itapira News)

“Itapira deveria valorizar um pouco mais a cultura popular, principalmente por causa da Festa de Maio. Infelizmente, dentro da própria Festa de Maio, a gente ainda não tem o protagonismo da cultura popular. Mas nesse evento de domingo os protagonistas foram os movimentos populares. E as pessoas foram não apenas para assistir, mas para sentir, dançar e escutar atentamente as congadas”, completou Lopes.

A programação seguiu até por volta das 21h00 e nem mesmo o temporal que caiu no final da tarde foi capaz de atrapalhar as atividades. “A chuva passou, a galera ficou e o movimento continuou”, celebrou Danilo Lopes.

“É muito especial ver como um projeto como esse tem a força que precisa para a transformação, não só do entendimento do poder público de que isso é necessário e precisa ser valorizado, mas das pessoas que estavam ali. É valorizar aquilo que é nossa raiz, nossa ancestralidade e potência da nossa identidade cultural”, detalhou. 

  • HOMENAGENS

O encontro serviu como uma homenagem mais que merecida à Congada Mineira de Itapira, principalmente aos dois principais expoentes do grupo: o rei Arnaldo Franco e a rainha Dona Dorcides. Crianças do Projeto Viva Música, da Banda Lira Itapirense, ainda levaram ao público apresentações dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula, sobre os ritmos da cultura tradicional – neste caso específico, as congadas.

O projeto que desencadeou o Encontro de Cultura Popular foi uma realização da Cia. Talagadá – formada por Danilo Lopes, João Bozzi e Valner Cintra – e Fixar Imagens (Luís Galaverna e Mônica Machado),  por meio do Edital ProAC (Programa de Ação Cultural) do Governo do Estado de São Paulo.

Também contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, do historiador Eric Apolinário e do Terreiro de Umbanda D7 Itapira, que ofertou um almoço especial aos grupos presentes. Alunos do Projeto Garagem também prestaram apoio como voluntários. Um documentário sobre o evento de domingo passado vem sendo preparado pela Fixar Imagens.

“Espero que o poder público tenha um olhar para tudo isso que aconteceu domingo e possa valorizar cada vez mais projetos como esse. Não tivemos nenhuma representatividade da Prefeitura no evento em nenhum momento. Nenhum representante que fosse dar uma olhada, acompanhar ou valorizar o que estava acontecendo. A valorização maior deveria vir do poder público também para pelo menos prestigiar o que está acontecendo”, encerrou Danilo Lopes.

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