A posição favorável da bancada governista na Câmara Municipal ao reajuste de quase 88% ao salário dos vereadores, aprovado nesta quinta-feira (5), confirmou o que o Itapira News já havia antecipado após levantamento exclusivo.
A surpresa, porém, ficou por conta do apoio recebido de Maurício Lima, o Dr. Maurício, membro da oposição à atual administração e que foi eleito vereador pelo PL (Partido Liberal) em outubro passado para retornar ao Legislativo no próximo ano, quando começará a valer o novo salário de R$ 9,8 mil.
Crítico à gestão do prefeito Toninho Bellini (PSD) em sua campanha, Maurício assumiu como suplente em substituição ao colega de grupo Carlinhos Sartori (PSDB), que não compareceu ao plenário.
O membro do PL, entretanto, acabou somando forças aos votos favoráveis ao aumento por parte do grupo governista, também votando a favor e contrariando o próprio partido que nos últimos dias chegou a veicular um comunicado contrário ao reajuste com impulsionamento nas redes sociais.
No texto, a sigla classificou a então proposta de reajuste como “irresponsável”, assim como fez o colega de partido de Maurício e também eleito para retornar à Câmara, Tiago Fontolan (PL).
Membros do partido protestaram durante a sessão desta quinta na Câmara e uma faixa foi colocada com frase ironizando o presidente da Casa – veja abaixo. Após a votação, nas redes sociais, alguns integrantes do partido publicaram mensagens de repúdio ao colega, dizendo que ele votou de maneira “individual”.
Com a aprovação do Projeto de Resolução, que não precisa ser sancionado pelo prefeito e é promulgado pela própria Câmara, o salário de cada parlamentar subirá dos atuais R$ 5.264,05 para R$ 9.890,00 a partir do início da próxima legislatura, que também passará a contar com 13 vereadores – atualmente são 10.
O placar da votação foi o seguinte:
A favor do aumento: Maurício Cassimiro de Lima (PL), André Siqueira (MDB), Beth Manoel (MDB), Luan Rostirolla (PSD), Fábio Galvão dos Santos (PSD).
Contra o aumento: Leandro Sartori (Psol), César Augusto da Silva (Mobiliza) e Carlos Briza (PP).
A vereadora Maísa Fernandes (PSD), também do grupo governista, não compareceu à sessão e o presidente Mino Nicolai (MDB) somente votaria em caso de empate.
- PROTESTOS
Durante a sessão, uma faixa foi colocada por manifestantes que protestavam contra o aumento, fazendo uma alusão irônica a uma frase atribuída ao presidente da Câmara, Mino Nicolai (MDB), em áudios gravados e vazados no primeiro semestre deste ano.
Na justificativa para o aumento, os autores do projeto dizem que o reajuste é necessário diante da “perda do poder de compra dos parlamentares” e para promover a “valorização da função legislativa”.
“A inflação acumulada nos últimos anos” impactou diretamente o poder de compra dos vereadores “que não têm recebido reajustes compatíveis com o aumento do custo de vida”, frisa texto da mensagem anexa ao projeto.
Ainda na justificativa, os autores afirmaram que o reajuste de mais de R$ 4,6 mil sobre os atuais R$ 5,2 mil pagos mensalmente aos parlamentares permitirá que eles “possam cumprir suas funções com a devida dignidade, sem que as condições financeiras interfiram no desempenho de suas atividades legislativas”.
Conforme já havia sido antecipado pelo Itapira News, o impacto financeiro ao longo dos quatro anos da próxima legislatura será de R$ 7,2 milhões.
