Entre janeiro e dezembro do ano passado, o Estado de São Paulo registrou 2.119.837 casos confirmados de dengue.
Trata-se do maior número já contabilizado desde 2000, quando começou a série histórica. No período apurado também foram 2.050 mortes provocadas pela doença em todo Estado.
Em 2023, segundo informado pela Secretaria Estadual da Saúde, foram 326.872 positivações, com 295 óbitos. Os índices alarmantes da dengue não bateram recorde somente em São Paulo, mas também em todo Brasil.
O país acumulou em 2024 quase 6,49 milhões de casos prováveis, com 5.972 mortes. Um dos fatores que podem explicar esta alta é a crise climática que provoca elevação das temperaturas.
Em visita ao país em fevereiro passado, o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o surto de dengue se insere em um contexto de grande aumento de casos em escala global e que a elevação das temperaturas contribui para o avanço da doença no mundo todo.
A dengue é uma doença causada por um vírus que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas mais comuns são febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas e dores musculares e articulares.
Uma das principais formas de prevenção é o combate ao mosquito transmissor. Isso pode ser feito eliminando água parada ou objetos que acumulem água como pratos de plantas ou pneus usados.
Em comunicado feito na semana passada, o Ministério da Saúde alertou que os casos de dengue costumam aumentar consideravelmente durante o verão, devido à alta incidência de chuvas em grande parte do país, já que o acúmulo de água faz com que a proliferação do mosquito se intensifique.
“Durante o verão, nós temos dois fenômenos que estão diretamente associados com a biologia do Aedes aegypti: as elevadas temperaturas e um maior volume de água. Esses dois fatores, juntos, contribuem para acelerar a proliferação do vetor da dengue, encurtando, inclusive, aquele período entre ovos e mosquito adulto”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Cunha.
Ele faz um alerta para que a população ajude a combater o mosquito transmissor da doença. “Recomenda-se, para este período do verão intensificar os cuidados e dedicar uns 10 minutinhos para cuidar do seu ambiente, do seu domicílio, ver se tem algum objeto que possa acumular água, cuidar dos terrenos baldios, dos quintais, conversar com os seus vizinhos e cobrar que o poder público também faça a sua parte, recolhendo rotineiramente o lixo produzido pelos domicílios”, recomendou.