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Uma pesquisa da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia) revela um quadro caótico na Polícia Civil com a falta de pelo menos 4,7 mil delegados em 19 estados brasileiros.

Há, ainda, casos de sobrecarga de trabalho e falta de recursos até para garantir o combustível das viaturas.

Juntos, estes estados somam 13.910 cargos previstos em lei para delegados. Deste número, 9.144 estão na ativa, enquanto faltam 4.766 – o que representa um déficit de 34% do total.

Este cenário crônico impacta diretamente na população brasileira que clama por mais segurança, conforme alerta o presidente da Adepol do Brasil, o delegado Rodolfo de Queiroz Laterza.

“O déficit de delegados de Polícia impede uma prestação de serviço público mais forte e eficaz para a sociedade, na medida em que há sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções em muitas unidades policiais, bem como a necessidade constante de improviso em gestão para preencher lacunas”, diz.

Laterza também pontua que a atividade do delegado de Polícia “é indelegável, complexa, multidisciplinar e muito específica”, uma vez que trata-se da autoridade que preside as investigações e prepara o conjunto de provas da persecução penal preliminar para o encaminhamento ao Sistema de Justiça Criminal.

“Por isso, é incabível tantos estados sofrerem perdas de profissionais, por aposentadoria, desistência ou morte, e não haver a imediata substituição. Não se combate o crime sem investigação e não se faz investigação sem delegados”, completa.

A Adepol sugere várias medidas para reverter a caótica situação, como investimento em tecnologia de gestão de investigação (implantação de um sistema de inquérito policial eletrônico integrado à plataforma do Judiciário); a realização de concursos públicos para, ao menos, preencher as vagas decorrentes de aposentadoria e de exonerações a pedido; e maior valorização da carreira, a fim de impedir evasão.

Dos 27 estados do Brasil, somente 19 responderam o levantamento da Adepol, informando o déficit de servidores na Polícia Civil. São 60.991 profissionais a menos em funções diversas. Outro dado digno de nota diz respeito a inquérito eletrônico – somente 12 estados disseram contar com o sistema.

ESTADO
DÉFICIT
ESTADO
DÉFICIT
1º Rondônia
281 (61%)
11º São Paulo
574 (32,5%)
2º Paraíba
495 (48,5%)
12º Rio de Janeiro
278 (31,9%)
3º Paraná
370 (47,4%)
13º Alagoas
64 (30,9%)
4º Pernambuco
320 (45,7%)
14º Ceará
228 (29,9%)
5º Minas Gerais
800 (44,4%)
15º Bahia
300 (29,2%)
6º Mato Grosso
134 (44%)
16º Maranhão
152 (27,6%)
7º Piauí
150 (43,4%)
17º Tocantins
54 (24%)
8º Mato Grosso do Sul
134 (40,6%)
18º Espírito Santo
70 (21,6%)
9º Goiás
191 (34,6%)
19º Sergipe
9 (6%)
10º Amazonas
120 (34,2%)
 TOTAL: 
 4.766 (34%) 
* Estados que não foram citados não enviaram dados para a Adepol do Brasil. O percentual representa o déficit diante do quadro numérico de delegados fixado em lei para cada estado.
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