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O pequeno gatinho Horácio, atualmente com nove anos, é um exemplo de superação e amor incondicional. Resgatado pela ONG (Organização Não-governamental) ‘Anjos sem Asas’ em 2015, quando ainda era um filhote, ele enfrentava uma condição crítica: suas duas patinhas dianteiras estavam necrosadas e os ossos expostos.
Encaminhado à Clínica Xodó pela atual tutora, Juliana Medeiros, 37, o veterinário Rodrigo Luis Domingues avaliou que a única solução seria amputar as patas para garantir pelo menos uma chance de sobrevivência ao filhote.
Juliana, que na época era estudante de Medicina Veterinária, se ofereceu para acolher Horácio em um lar temporário durante a recuperação. Porém, após apenas dois dias com o gatinho, ela decidiu transformá-lo em um membro permanente da família.
Hoje, nove anos depois, Horácio divide a casa com outros sete gatos e, quando quer, dorme no quarto de Juliana. Segundo ela, o gatinho é bastante autônomo e se adaptou bem à vida sobre duas patas, chegando a andar quase ereto.
O nome Horácio é inspirado no personagem dos gibis de Maurício de Sousa, um filhote de Tiranossauro Rex, em alusão à ausência das patinhas dianteiras.
“Ele é um gatinho bastante mimado, ele não consegue subir em algumas alturas e quando ele quer, por exemplo, subir na pia do banheiro para tomar água da torneira ele fica miando até alguém colocar ele ali em cima”, destaca Juliana.
Apesar de sua boa autonomia, Juliana toma cuidados preventivos, como exames de raio-x semestrais para monitorar a saúde da coluna de Horácio.
“Com o frio, percebo que ele sente mais dores, possivelmente por causa da idade. Sei que é possível ele desenvolver algum problema na coluna, então estou sempre acompanhando,” explica.
Recentemente, Juliana criou um perfil no Instagram para o gatinho, incentivada por uma amiga, para compartilhar o dia-a-dia com ele. “Horácio é muito especial, amoroso e chama atenção de quem o conhece. Acredito que ele tem tudo para viralizar,” diz.
A história de Horácio também chama a atenção para outros animais com necessidades especiais, como Sancho, um cão da raça blue heeler atendido pela Clínica Veterinária e Pet Shop Xodó.
Vítima de um atropelamento que comprometeu os movimentos das patas traseiras, Sancho utiliza uma cadeirinha de rodas adaptada e segue à espera de uma família definitiva. Sua autonomia é menor do que a de Horácio, em parte devido à espécie e à condição física.
“Para quem tem receio de adotar um animal especial, só posso dizer: adotem. É muito gratificante. Parece que eles sabem que são especiais e nos retribuem com ainda mais amor,” conclui Juliana.
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