As interrupções no fornecimento de energia provocadas por queimadas nas linhas de transmissão triplicaram em Itapira no primeiro semestre deste ano.
Segundo informações repassadas pelo Centro de Operações da CPFL Paulista, nos seis meses iniciais de 2023 foram registrados nove casos, contra três no mesmo período do ano passado.
No ranking regional que compreende as cidades abrangidas pela concessionária, o município aparece em sétimo lugar entre os mais acometidos pelo problema no primeiro semestre. Estão à frente Campinas (57), Sumaré (32), Hortolândia (27), Santa Bárbara D’Oeste (18), Águas de Lindoia (11) e Piracicaba (10).
Em 2022, o total de interrupções de energia relacionadas às queimadas nas linhas de transmissão chegou a 13 em Itapira. A CPFL reforçou que esse tipo de ocorrência recebe especial atenção nessa época do ano porque a baixa umidade do ar oferece condição propícia aos incêndios. Além disso, os ventos podem contribuir para propagar as chamas.
Somente na região de Campinas, as queimadas causaram 209 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia no primeiro semestre de 2023. Em todo ano de 2022 foram 494 casos. O levantamento do Centro de Operações da CPFL Paulista considerou interferências provocadas na rede de distribuição por incêndios de todas as proporções, em área urbana ou rural.
Ainda que o número permaneça alto, pelo comparativo semestral o balanço regional indica a diminuição proporcional das interferências provocadas na rede da concessionária por queimadas. De janeiro a junho de 2022 foram registradas 226 interrupções de energia. Considerando as 209 do primeiro semestre desse ano, a queda foi de 7,5%.
- PREVENÇÃO
O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da CPFL Energia, Marcos Victor Lopes, destaca a atuação permanente da empresa em ações de conscientização sobre o tema, por meio da campanha ‘Guardião da Vida’. “Investimos os nossos esforços constantemente em alertas para a população sobre os sérios impactos gerados pelas queimadas”, confirma.
Ele observa ainda que os incêndios sob a rede de distribuição de energia muitas vezes têm origem criminosa ou são causados pelo uso do fogo como método de limpeza em alguns cultivos.
Para que ocorra interferências ou danos na rede elétrica não é necessário que as chamas alcancem os cabos. O calor do fogo gera um campo ionizado, que pode provocar curtos-circuitos, acionar os sistemas de proteção e desligar as linhas ou até romper a fiação, interrompendo o fornecimento.
A CPFL orienta que ao ser identificado um foco de incêndio, o Corpo de Bombeiros e as autoridades competentes devem ser acionados. Se for às margens de uma rodovia ou próximo da rede elétrica, a concessionária ou órgão estadual responsável também precisa ser avisado.
Como forma de prevenir incêndios próximos às redes elétricas, conforme legislação federal, uma das medidas que devem ser respeitadas pelos produtores no cultivo é o respeito às faixas de servidão, que são os corredores de 30 ou 40 metros de largura.
Fora das áreas permitidas, os incêndios provocados inclusive em área urbana, como a queima de lixo, podem ser enquadrados pelas autoridades como crime ambiental, conforme o mesmo Código Florestal. Os incêndios criminosos também têm punição prevista no Código Penal. Para esses casos, as penas podem ser multa, detenção ou reclusão para os autores, de acordo com a extensão dos danos causados.