Quem acompanha os jogos do Good Jesus na Copa Itapira de Basquete já deve ter notado a presença de uma mulher em uma competição até então exclusivamente masculina.
A psicóloga Júlia de Haro Pelizzer, 28, definitivamente rompeu barreiras e se transformou na primeira representante do sexo feminino inscrita no campeonato que alcança a décima edição este ano.
O convite para compor a ‘Família Good Jesus’ partiu da própria direção do clube e do capitão da equipe de basquete, Eliseu da Silva. “Surgiu o convite e o Flávio (Chiavelli Figueiredo, diretor da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer) autorizou. Ele inclusive apoiou e estimulou minha participação”, confirma a jogadora.
Júlia já entrou em duas partidas – vitória contra o União (67 a 54) e derrota para o Dream Team (57 a 34) – e garante que o respeito prevaleceu a todo momento. “A maioria dos jogadores respeita bastante, não só enquanto mulher, mas também enquanto oponente. No geral fui muito bem recebida”, elogia.
Longe dos campeonatos oficiais há muito tempo, ela confessa que a estreia representou um misto de sentimentos. “Fiquei um pouco ansiosa, mas no final deu para entrar e jogar”, comemora.
Jogar basquete com os homens não é novidade para Júlia. Em 2022, passou a frequentar os ‘rachões’ nas manhãs de domingo no Ginásio de Esportes ‘Benedito Alves de Lima’ (Itapirão).
“Meu namorado (Wilson) foi para jogar e eu o acompanhei para ver como era. Apareci de tênis de basquete e com muita vontade. Fui então convidada para participar”, recorda a única mulher presente nas partidas. Na época de faculdade, a estudante de psicologia também atuava em jogos da modalidade com os homens.
- ESTÍMULO
Júlia espera que esta inédita presença na Copa Itapira de Basquete sirva para estimular a participação de mais mulheres apaixonadas pela modalidade.
“Quem sabe futuramente não tenhamos uma Copa Itapira de Basquete Feminino?”, sugere. “O feminino tem uma história muito rica em Itapira e a ideia e trazer mais meninas para a quadra, seja para jogar com os meninos ou mesmo separadas”, completa.
Ela destaca que a família apoiou 100% a decisão de encarar um campeonato masculino. “Minha mãe ficou um pouco preocupada no início, mas todos da família apoiam muito e gostam que eu jogue”, frisa.
A relação de Júlia com o basquete começou aos 11 anos de idade, quando deu os primeiros arremessos na quadra da Vila Boa Esperança, sob a supervisão do professor Marcos Gasparino Schimidt.
Depois rumou para o projeto desenvolvido no Clube de Campo Santa Fé e até os 18 anos foi dirigida pelas técnicas Mayra Cruz e Elisa Iamarino. Inicialmente atuava como pivô, mas na Copa Itapira entra como ala.