A morte repentina de sete cachorros em um mesmo dia levantou suspeitas para um possível caso de envenenamento de animais no distrito rural de Eleutério, em Itapira.
Em todos os casos, os animais apresentaram os mesmos sintomas, reforçando a hipótese levantada por diversos moradores.
Dos sete cães, dois eram considerados cães comunitários e cinco tinham tutores responsáveis. Três deles viviam na residência de Verônica Aparecida Ferreira, de 39 anos, sendo um cachorro de 14 anos, um de um ano e meio e um filhote de apenas quatro meses.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela mostrou os corpinhos dos animais enquanto chorava. “Mataram os meus cachorros”, disse em prantos. Outros dois cães eram da aposentada Aparecida Coghi Moreira, de 66 anos, sendo um macho de oito e uma fêmea com quatro anos.
“Meus cachorros saíram para um passeio e quando voltaram ainda pareciam bem. Mas aí a fêmea começou a vomitar muito. Fui chamar meu filho e quando voltamos ela estava tremendo, com o coração acelerado. Aí começou a se debater e morreu. Depois de algumas horas meu outro cachorro também morreu”, lamentou.
De acordo com ela, no vômito dos cães foram encontradas porções de carne e de arroz, mas em casa eles somente se alimentavam com ração. Já os cães comunitários, que há pelo menos um ano viviam soltos no bairro, eram cuidados Taís Siqueira Molinari Gomes, de 41 anos.
“Nós estamos vivenciando uma verdadeira tragédia”, disse. Os moradores temem que outros cães apareçam mortos e um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado na Delegacia de Polícia.
“Não podemos acusar ninguém sem provas, mas estamos procurando por câmeras de segurança nas ruas para encontrar pistas”, disse Verônica. A Patrulha Ambiental disse que tomou conhecimento do caso, mas ressaltou que a questão deve ser tratada em âmbito criminal.
Os moradores também fizeram contato com o SCZ (Serviço de Controle de Zoonoses), mas vale ressaltar que, conforme preconizado em lei, o referido órgão concentra-se em questões relacionadas a doenças transmissíveis aos seres humanos.
Os tutores providenciaram o enterro de seus animais sem que fossem realizados exames para determinar as causas das mortes. Os corpos dos dois cães comunitários, entretando, foram removidos por desconhecidos.
“Estamos profundamente abalados e decidimos dar a eles um enterro digno, já que não temos a quem recorrer”, finalizou Aparecida. Ainda de acordo com os moradores, outras situações de mortes de animais em massa já ocorreram anteriormente no bairro e envolveram gatos.