O pintor Kaíque Rafael Lourenço certamente viveu a maior experiência em 30 anos de vida. Na madrugada desta segunda-feira (20), ele foi o responsável pelo parto da esposa Brenda Islaine Rodrigues, 32, que deu à luz em casa, na região do Jardim Raquel.
Com 2.670 quilos de peso, a pequena Luara Valentina Rodrigues Lourenço veio ao mundo pelas mãos do próprio pai, exatamente às 4h45.
“Foi assustador”, confessa Lourenço.
“Quando puxei o cobertor e vi a cabecinha dela para fora, imediatamente pensei: tenho que fazer alguma coisa. Não poderia deixar naquela situação. E como não daria tempo de levar ao Hospital Municipal, eu mesmo fiz o parto”, detalha um emocionado papai de primeira viagem.
Ele conta que ajudou a puxar a filha, ao mesmo tempo em que a mãe fazia a força do parto. Em seguida Lourenço acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e os profissionais deram sequência ao atendimento, inclusive com o corte do cordão umbilical.
“Cortar o cordão já seria muita coisa para mim”, reforça o pintor, que mantinha planos de assistir ao parto da primeira filha, mas não dessa forma.
No HM a equipe da maternidade deu sequência aos procedimentos para mãe e filha, que foram submetidas a vários exames e passam bem. A alta está prevista para esta quarta-feira (22).
Lourenço conta que quando os profissionais do hospital souberam que o parto da filha havia sido feito por ele, ficaram todos impressionados. “O pessoal está comentando até agora. Foi uma experiência única”, revela.
- ANTES DA HORA
Brenda, que possui três filhos de outro casamento – um menino de 12 anos e mais duas meninas, uma de 9 e outra de 6 anos -, disse que no domingo (19), por volta das 18h00, ela e o marido estiveram no HM, mas receberam a informação do médico de que ainda não era hora do parto.
A volta foi marcada para o início da manhã seguinte, mas Luara veio ao mundo bem antes. “Quando voltamos para casa, na madrugada a dor foi apertando, apertando e de repente estourou minha bolsa. Não deu tempo nem de levantar da cama e aí meu marido fez o meu parto”, relembra a mamãe.
“Foi tudo muito rápido e a Luara já veio. Foi o tempo de fazer a força do parto, meu marido chegar e ajudar ela a nascer”, frisa. Brenda contou que os três partos anteriores também foram normais, mas todos no Hospital Municipal.
“Eu já sabia de tudo certinho, mas só que desta vez não deu tempo de chegar ao hospital”, salienta, em meio aos risos. “Foi tudo muito de repente, ao mesmo tempo assustador, emocionante e desesperador. Uma experiência única. Um parto natural de verdade”, completa.
Passados todos os momentos de pura adrenalina, Caíque Lourenço já demonstrava estar bem mais tranquilo na tarde de segunda-feira. “Mas na hora o coração ficou bem acelerado”, destaca.