Três décadas após o fatídico acidente que provocou a morte de um dos maiores ídolos do esporte brasileiro e mundial, o piloto Ayrton Senna continua cultuado de inúmeras formas por uma legião de fãs das mais variadas gerações.
Natural de Mococa (SP) e radicado em Itapira há pouco mais de dois anos, Marcos Eduardo Santoni, 58, é um desses admiradores do tricampeão mundial de Fórmula 1.
Tanto que guarda com enorme carinho e cuidado um acervo de 10 pastas com mais de 1.500 páginas de reportagens publicadas em jornais e revistas sobre Senna.
Santoni é pintor, mas a paixão pelo esporte em geral o transformou em pesquisador de assuntos ligados ao segmento, principalmente o futebol.
Torcedor do Corinthians, ele inclusive mantém uma espécie de museu particular na própria residência, com pôsteres, livros e documentos antigos que ficam à disposição para apreciação de visitantes interessados.
Comprador assíduo do antigo jornal A Gazeta Esportiva, após a atenciosa leitura ele recortava as reportagens para montar diferentes acervos. As pastas sobre Ayrton Senna ganharam dimensão a partir de 1990.
“Comecei a guardar o material também de revistas. O futebol sempre foi o carro-chefe, mas daí também passei a separar os recortes sobre Fórmula 1, principalmente depois que o Senna ganhou os campeonatos mundiais”, explica.
Santoni admite que não era um telespectador assíduo das corridas transmitidas pela TV. “Mas quando casava de estar em casa, eu acabava assistindo”, conta.
“Não era daqueles fãs que não perdiam nada relacionado ao automobilismo. Longe disso. Quando coincidia de ter jogos do Radium de Mococa no mesmo horário das provas, eu ia assistir aos jogos”, completa.
No dia do acidente que tirou a vida de Ayrton Senna, em 1º de maio de 1994, no Circuito de Ímola, na Itália, Santoni acompanhou toda tragédia ao vivo pela TV. “O Radium jogaria contra o Sertãozinho, mas não fui porque havia saído na noite anterior e estava muito cansado. E acabei vendo tudo aquilo pela TV. Foi muito triste”, relembra.
- GERAÇÕES
O pesquisador reforça que, originalmente, o acervo foi criado como forma de apresentar a trajetória do ídolo às futuras gerações. “Mas hoje, com a Internet, o acesso às informações ficou bem mais fácil e praticamente acabou com tudo”, lamenta.
O material é tão vasto que Santoni organizou duas exposições em Mococa. A primeira em 2004, intitulada ‘Mate a Saudade: Ayrton Senna Para Sempre’, mostra que ficou abrigada no Museu de Artes Plásticas ‘Quirino da Silva’ e marcou os 10 anos da morte do piloto. A segunda foi em 2014, quando emprestou o acervo para ser exibido na Escola ‘Oscar Vilares’.
Para ele, ao lado de Pelé, Ayrton Senna é um dos principais ídolos do esporte brasileiro e mundial. “É o Pelé no futebol, o Ayrton no automobilismo e o Guga no tênis. Tenho várias matérias do tenista também”, confirma. Os acervos podem ser visitados na Avenida dos Juritis, 286, região do bairro dos Prados.
O museu particular do pesquisador chama a atenção ainda por possuir quadros com as fichas técnicas de jogadores que defenderam as cores do Radium e ainda da Sociedade Esportiva Itapirense, além de outras peças. Ele tem dois livros publicados: ‘Radium: O Verdão da Mogiana’ e ‘Pérolas do Futebol: Esporte Clube Beira-Mar, O Pior Time do Mundo’.