Rua Antônio Massarotti, no Flávio Zacchi: buraco de vazamento começa a crescer (Paulo Bellini/Itapira News)
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Para quem diariamente percorre ruas e avenidas de Itapira, a cena já é bem corriqueira em praticamente todos os bairros. Vazamentos de água se espalham não somente pelas vias, mas também pelas calçadas.

São inúmeras denúncias que frequentemente aportam na redação do Itapira News e dão conta do precioso líquido que ‘brota’ do asfalto ou mesmo do concreto, em uma triste realidade de constante desperdício.

As reclamações que partem dos moradores apontam para outra grave situação: a demora do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) em resolver a demanda de problemas.

Na Rua Roraima, no Jardim Magali, por exemplo, a água jorra do pavimento asfáltico, quase na divisda com a sarjeta. “Faz mais de quatro semanas que está vazando. Fizemos várias ligações ao Saae, reclamação direta na sede (da autarquia) e também para o funcionário que faz a leitura”, explica o marceneiro Paulo César Guedes, 34, que reside bem em frente ao vazamento.

Ele lamenta o fato de, mesmo depois de tantas tentativas, não ter obtido nenhuma resposta positiva. “Ninguém arrumou nada e o vazamento está cada dia pior. É muita água desperdiçada”, desabafa. O líquido jorra continuamente dia e noite, com maior intensidade em determinados períodos. O quadro se agrava cotidianamente em razão do tráfego de veículos pesados pela via.

Rua Roraima: vazamento detectado há várias semanas, sem qualquer resposta do Saae (Paulo Bellini/Itapira News)

Na Rua Antônio Massarotti, no Flávio Zacchi, o vazamento começou no dia 15 de novembro e desde então se arrasta sem solução. “Faz mais de duas semanas e o buraco aumenta. A Prefeitura veio e disse ser problema do Saae. Já o Saae disse ser problema da Prefeitura e ninguém resolve”, revela a estudante de enfermagem Giovana Cristine Daniel Fuini, 21, que mora perto do trecho afetado pelo dano no pavimento.

Além do vazamento constante, ela alerta que o buraco já representa riscos de acidentes, principalmente para motociclistas e ciclistas. “Sem contar a água que está sendo desperdiçada”, reforça.

  • REDE ANTIGA

O presidente do Saae, Carlos Vitório Boretti de Ornellas, disse à reportagem que o grande número de locais acometidos por vazamentos de água em Itapira mantém relação direta com as redes de distribuição mais antigas que abastecem os bairros.

“A princípio são redes bem antigas e há enorme dificuldade em trocar tudo”, adverte. “Estamos montando um cronograma de ação para substituir as válvulas redutoras de pressão para amenizar o problema, mas o fator principal para tantos vazamentos é a idade das redes”, completa.

Ao todo são 23 válvulas espalhadas por vários setores do município e, em face do tempo de uso, algumas necessitam de reparos, enquanto que outras da substituição completa. “As válvulas redutoras de pressão não resolvem por completo esse quadro de vazamentos, mas amenizam bastante”, confirma Ornellas.

Sobre a demora para a solução da grande demanda de reclamações, o presidente do Saae chamou a atenção para a necessidade de reforçar o quadro de pessoal da autarquia. “Tivemos aposentadoria e pedidos de exoneração de encanadores. No concurso ainda válido chamamos todos que estavam aptos, mas infelizmente boa parte não aceitou porque, por exemplo, já estava encaixada em alguma empresa”, garante.

Ornellas salientou que “nosso quadro de encanadores diminuiu bastante, mas a partir de 1º de janeiro estaremos providenciando um novo concurso para suprir lacunas da ordem de sete a oito profissionais. Estamos fazendo o possível para atender rápido, mas realmente essa demanda de vazamento aumentou muito, principalmente no meio do ano”.

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