Caami nunca funcionou desde sua inauguração no final de 2020 (ItapiraNews/Direitos reservados)
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Três anos e nove meses. Esse foi o período que se passou entre a inauguração do Caami (Centro de Acolhimento aos Animais de Itapira) e a data finalmente agendada pela Prefeitura para a inauguração do equipamento público.

A administração municipal confirmou, na tarde desta quarta-feira (28), que o local situado ao lado do Almoxarifado Municipal, na Rodovia SP-147 (Itapira-LIndoia), começará, enfim, a funcionar na próxima sexta-feira, dia 30 de agosto.

O início das operações acontece quase quatro anos depois da entrega oficial do espaço, em 13 de novembro de 2020, no final do segundo mandato do então prefeito José Natalino Paganini.

Praticamente um ano depois, em 15 de dezembro de 2021, o atual prefeito Toninho Bellini (PSD) promulgou a lei que criou oficialmente o Caami, regulamentando formalmente os objetivos e o funcionamento do órgão.

Segundo informado pela Prefeitura, a gestão do ‘velho novo’ equipamento será feita pela Sama (Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente) e a equipe de trabalho contará, inicialmente, com um médico veterinário, um escriturário administrativo e dois auxiliares de serviços gerais.

“Neste primeiro momento serão acolhidos cães e gatos em situação de risco. A DPBEA (Divisão de Proteção e Bem Estar Animal) é o órgão responsável por atender as denúncias e, quando for o caso, recolher os animais e encaminhá-los ao Caami”, informou nota da administração.


Na lei de criação do Caami ficou estabelecido que o órgão tem como atribuições:
  • promover o bem-estar dos animais em situação de abandono e/ou submetidos a graves episódios de maus tratos
  • apreender e transportar os animais
  • realizar o acolhimento com cadastro, higienização com isolamento e/ou integração, vacinação e vermufigação
  • prestar atendimentos veterinários com castração e atendimentos clínicos
  • fornecer alimentação, medicação, higienização e vigilância dos animais
  • promover ações de adoção mediante cadastro dos adotantes, bem como a chipagem dos animais quando possível.

A composição da equipe inicial, porém, contraria o que diz a própria lei que organiza o serviço, que prevê uma equipe com, no mínimo, os seguintes profissionais:

  • um coordenador administrativo
  • um médico veterinário responsável técnico
  • um auxiliar veterinário
  • dois auxiliares e limpeza e manutenção
  • um recepcionista
  • um vigia noturno

  • HISTÓRICO

A construção do Caami custou aos cofres públicos mais de R$ 600 mil somente no projeto original, sendo R$ 480 mil em recursos estaduais, por meio de emenda do deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), e mais R$ 150 mil investidos pela Prefeitura, na época.

A inauguração foi um dos últimos atos do então prefeito Paganini e do grupo político ligado ao parlamentar após a vitória de Bellini nas urnas em 2020. Porém, até agora, o espaço nunca funcionou.

Ao assumir a Prefeitura, o atual governo disse que a estrutura do local não era compatível com a proposta de trabalho, apontando falhas na execução do projeto. Foram então realizadas novas obras no espaço.

De lá para cá, o assunto se transformou em uma verdadeira novela, com intermináveis capítulos que fomentaram muitas polêmicas. A última informação, neste ano, era de que o local funcionaria a partir de julho, depois da aprovação, pela Câmara Municipal, da abertura de crédito especial de R$ 320 mil para custear uma entidade que seria responsável por gerir o serviço.

Ainda em janeiro, inclusive, a administração chegou a afirmar que iria ‘oferecer’ a gestão do espaço à Uipa (União Internacional Protetora dos Animais). Depois, a informação foi de que um chamamento público seria realizado.

Mais uma vez nada aconteceu até agora, momento em que a Prefeitura enfim confirma a abertura do Caami com gestão subordinada a uma de suas pastas municipais.

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