Estudo conduzido pela ONG internacional OXFAM mostra que a concentração de renda permanece muito alta no Brasil, com seis dos brasileiros mais ricos possuindo a mesma riqueza que os 100 milhões de brasileiros mais pobres – multidão que corresponde praticamente à metade da população do país. A pesquisa coloca o Brasil na categoria de desigualdade extrema – o 10º mais desigual do mundo no ranking de 140 países.
Segundo o estudo, uma pessoa que ganha um salário mínimo por mês precisa trabalhar o equivalente a 19 anos para receber o mesmo valor recebido por um dos super-ricos também em um período de 30 dias. O estudo mostra ainda redução da diferença de renda entre homens e mulheres nos últimos 20 anos, mas com velocidade muito baixa. Se mantido esse ritmo lento, a igualdade salarial entre os gêneros somente poderá ser atingida em 2047.
Apesar dos resultados negativos, o estudo reconhece que o país reduziu as desigualdades entre 1988 e 2015. Segundo a ONG, uma mudança que se deu de baixo para cima, quando a parcela da população abaixo da linha de pobreza saiu de 37% para 10%. Não foram divulgados os nomes das seis pessoas mais ricas, mas a organização afirma que os dados são públicos e constam em publicações como a revista Forbes.
A organização faz algumas recomendações para reduzir a desigualdade, apontando, por exemplo, a necessidade da melhoria dos serviços públicos, reforma agrária, inclusão de adolescentes e jovens, especialmente negros na escola, e uma reforma tributária que aumente a cobrança de impostos sobre os mais ricos. Atualmente, 16 milhões de pessoas ainda vivem abaixo da linha de pobreza no Brasil.