Em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrao nesta segunda-feira (20), o Senac Itapira destaca três obras de autores negros disponíveis em sua biblioteca, acessível a toda a comunidade.
A data, que honra a memória de Zumbi dos Palmares em 1695, convida à reflexão sobre o racismo e suas ramificações.
A bibliotecária Luciana Sassi do Couto, do Senac Itapira, destaca a importância de explorar obras de autores negros, compartilhando três recomendações essenciais: ‘O Avesso da Pele’, de Jeferson Tenório; ‘Homens Pretos (não) Choram’, de Stefano Volp; e ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, de Machado de Assis.
“Estas obras oferecem insights importantes sobre as realidades, desafios e triunfos de pessoas negras, contribuindo para uma compreensão mais completa da diversidade humana. Além disso, desconstroem estereótipos, empoderam e dão visibilidade à comunidade negra”, explica Luciana.
Todas as obras recomendadas estão disponíveis na biblioteca da unidade, situada na Praça Bernardino de Campos, 150, Centro. O espaço está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 21h00, e aos sábados, das 8h00 às 14h00, acolhendo todos os interessados.
Thais Floriano, gerente da instituição, enfatiza que tanto a biblioteca quanto o prédio estão abertos à comunidade, não se limitando apenas aos estudantes matriculados. “Fica o convite para que todos possam conhecer nossas instalações, nosso acervo e participar de eventos promovidos na unidade, o que mais queremos é ter pessoas novas por aqui”, afirma a gerente.
- EVENTO
Além das recomendações literárias, o Senac Itapira realizará a 2ª edição do evento “Vozes Potentes” em 29 de novembro, das 14h30 às 16h30, na biblioteca.
Sob o tema “Afrocentrar Para Ver Além”, o evento contará com a presença de Bruno Reis, músico, psicólogo e educador, que busca fortalecer a luta antirracista e combater a discriminação, destacando o samba como território de saber ancestral afro-brasileiro.
As inscrições, com vagas limitadas, podem ser realizadas diretamente com a equipe de atendimento ao cliente ou pelo site disponível neste link.
Saiba mais sobre os livros
O Avesso da Pele (Jeferson Tenório) – O livro conta a história de um professor, que, após a morte do pai de forma bruta, sai para resgatar o passado da família. Ele refaz os caminhos do pai e, conforme a história avança, fica claro a percepção do pai quanto a sua cor e quanto ao racismo daquele ambiente. Interessante mencionar que a história se passa em Porto Alegre, sul do país, um estado que até 2017 liderava em desigualdade racial no Brasil.
Homens Pretos (não) Choram (Stefano Volp) – O autor esteve recentemente na unidade falando sobre o livro, que foi escrito para homenagear o seu pai. Volp traz vários contos de homens que não podem ser vulneráveis devido à sua cor. Se para o homem branco chorar é um tabu, dirá a um homem preto. No entanto, o livro é extremamente sensível e forte, nos fazendo questionar qual foi a última vez que nos emocionamos. Um livro indicado para todos.
Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) – Luciana brinca que gosta da ideia de indicar Machado de Assis porque, além de ser fã do autor, poucos sabem que ele era negro. Nesta obra, o narrador-personagem, conta em primeira pessoa a história de sua vida, a partir de suas memórias póstumas, pois é depois de morto que ele a narra. O protagonista é o retrato da elite brasileira e, a partir desse lugar, Machado evidencia o racismo estrutural, quando o narrador descreve os personagens pretos de forma discriminatória. Ao colocar em evidência essa visão de mundo, o romance também convida o leitor a refletir sobre como essa mentalidade ecoa no Brasil na atualidade.
