Depois da paralisação parcial durante duas horas na última terça-feira (16), os motoristas da Viação Itajaí deverão entrar em greve a partir da meia-noite da próxima segunda-feira (22). A decisão que colocou a categoria em estado de greve foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Condutores de Mogi Guaçu e Região, Gessy Alves de Oliveira.
A notificação também já foi enviada à empresa que detém a concessão do transporte coletivo urbano em Itapira. A categoria se mostra descontente diante da dispensa da maioria dos cobradores, o que fez com que os motoristas passassem a ser responsáveis também pela cobrança das tarifas durante os itinerários. O Sindicato cobra o pagamento de gratificação prevista em lei pela função acumulada. Além disso, os funcionários da empresa também reclamam da falta de um local adequado e seguro, na Estação Rodoviária, para que seja feito o fechamento de caixa no fim do expediente.
Na última terça-feira (16), parte dos motoristas cruzaram os braços em sinal de alerta para que a empresa iniciasse as negociações. Segundo Oliveira, a Itajaí tem se mostrado “intransigente”. “A empresa não quer negociar, não apresentou nenhuma proposta, e por isso vamos deflagrar a greve. Não queremos prejudicar a população, mas estamos fazendo tudo conforme a lei e precisamos cobrar os direitos dos profissionais”, argumentou. A Prefeitura também tece críticas à empresa e diz que o serviço não vem sendo cumprido de acordo com o contrato.
RESPOSTAS
Em nota, a Viação Itajaí argumentou que não existe base legal ou jurisprudencial que configure como dupla função a venda de passagens por motoristas, e também que essa atividade deva ser remunerada de forma comissionada. “Portanto, não seria necessária a presente discussão, aprovação ou reprovação sobre o assunto. Outro fato, é que a data base da Itajaí para negociações é no mês de maio; portanto, não seria o momento para discutir este ou qualquer outro pleito”, defende a empresa.
Segundo a empresa, a tarifa cobrada atualmente nas catracas do ônibus não remunera o pleito do sindicato e a situação financeira da empresa é “caótica”, “face a falta de equilíbrio econômico-financeiro do contrato vigente com o município. A defasagem tarifária é de 40,3%, defasagem essa que vem sendo acumulada ao longo do contrato, sem reposição. Vale lembrar que, em 2013, a o valor da passagem foi reduzido em R$0,10, face as manifestações de diversos movimentos da sociedade”, explanou a empresa.
Com relação à ameaça de greve pela categoria, a empresa lembrou que o transporte coletivo configura serviço essencial e que o Sindicato dos Condutores “tem a obrigatoriedade legal de manter os serviços em funcionamento”. O presidente do Sindicato disse que, caso a greve seja mesmo deflagrada na segunda-feira, 30% dos veículos serão mantidos em operação. A empresa não comentou as críticas da Prefeitura.