Animais atingidos pelos incêndios florestais que ocorrem no interior de São Paulo estão sendo atendidos por uma rede de reabilitação estruturada pelo Departamento de Fauna Silvestre do Estado.
Entre as espécies socorridas estão cobras, lagartos, gambás, tamanduás-bandeira, tamanduás-mirim, macacos-prego e tatus.
Até o momento, 26 unidades integradas estão em alerta para atender animais resgatados das queimadas e outros que, ao tentar fugir do fogo, acabam sendo atropelados nas rodovias.
O município de Santa Bárbara do Oeste acaba de ingressar nesta cadeia de salvamento. A medida faz parte de um conjunto de ações do gabinete de crise anunciado pelo governo estadal para combater os incêndios que atingiram o interior do estado nos últimos 10 dias.
Em apenas quatro cidades, 47 animais foram atendidos, dos quais 31 estão se recuperando e 16 morreram. Somente o centro de reabilitação de Ribeirão Preto recebeu 17 animais resgatados. Até a última sexta-feira (29), oito deles tinham morrido em decorrência de queimaduras, insuficiência respiratória e outras complicações.
O caso mais grave na unidade é o de um tamanduá-bandeira, espécie em extinção no Brasil. O animal, uma fêmea adulta, que ganhou o nome Vitória, teve nas patas e no focinho queimaduras de terceiro grau.
Mesmo machucada, lutou tanto para escapar das chamas que acabou sofrendo um estresse severo, descompensando praticamente todas suas funções vitais. Vitória está sendo monitorada durante 24 horas por dia, assim como todos os outros que chegam em estado crítico.
Além desses centros, entidades do terceiro setor e clínicas particulares que possuem médicos veterinários e biólogos habilitados em animais silvestres também foram alertadas sobre possíveis emergências, e a maioria se dispôs a atendê-los gratuitamente.
Caso alguma clínica veterinária não especializada em espécies selvagens receba algum animal, a instrução é que realize o encaminhamento para alguma das unidades autorizadas do Cetras (Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres).