Diferente de algumas cidades da região da Baixa Mogiana e Circuito das Águas, Itapira não mantém a cultura de realizar o desfile cívico-militar no Dia da Independência do Brasil.
A comemoração do 7 de Setembro no município há décadas está restrita ao protocolar ato que reúne autoridades civis e militares no Monumento à Bandeira, instalado na Praça Bernardino de Campos, na área central.
O ato será às 8h30 com presença da Banda Sinfônica Lira Itapirense e de autoridades civis e militares. O cronograma prevê hasteamento dos pavilhões e discursos, além da provável repetição da Marcha da Independência ao entorno da Bernardino de Campos protagonizada por integrantes do 193º Grupo Escoteiro do Mar Itapira.
- DESFILES NA REGIÃO
Em algumas cidades da região, porém, o feriado da Independência contará com eventos especiais. Caso, por exemplo, de Mogi Guaçu, onde a tradicional apresentação cívico-militar começa às 8h00, na Avenida dos Trabalhadores.
O desfile reúne a presença de alunos da rede municipal, fanfarras, entidades e corporações das forças de Segurança Pública.
O 7 de Setembro também não passa em branco em Mogi Mirim, com desfile pela Rua Chico Venâncio até a Praça da Bandeira. No domingo (3), a mobilização já ocorreu no distrito de Martim Francisco.
Na região do Circuito das Águas, as cidades de Águas de Lindoia e de Serra Negra não organizarão as apresentações de rua, mas apenas atos específicos, assim como em Itapira.
Já em Amparo, a solenidade começa às 8h00 com o hasteamento das bandeiras no Paço Municipal, seguida do desfile pela Avenida Bernardino de Campos. Em Lindoia, a tradição foi retomada no ano passado e será mantida. O desfile tem início às 9h00, com apresentação na Avenida Rio do Peixe.
- PASSADO
O memorialista Arlindo Bellini lembra de inesquecíveis apresentações motivadas pela celebração da Independência em solo itapirense. Além do 7 de Setembro, desfiles também eram promovidos em 1º de maio (Dia do Trabalho) e em outras datas importantes do calendário nacional.
Ele acredita que a tradição do desfile cívico-militar no municípoio perdurou até meados da década de 1970 e depois perdeu força. “O tipo de ensino mudou muito nas escolas. Esse sentimento de patriotismo ficou para trás e a tradição acabou”, opina.
Bellini recorda que os eventos começavam sempre pelo cruzamento das ruas José Bonifácio e Alfredo Pujol, nas proximidades onde antigamente funcionava a Fábrica de Chapéus Sarkis.
Os grupamentos formados por representantes de instituições militares, educacionais e até empresariais subiam então em direção à Praça Bernardino de Campos.
Ao som das poderosas fanfarras formadas por estudantes da Escola Estadual ‘Dr. Júlio Mesquita’, IEESO (Instituto de Educação Elvira Santos de Oliveira) e Escola Técnica de Comércio, as exibições ganhavam força em frente ao palanque das autoridades e arrancavam aplausos da multidão que se espremia pelas calçadas para acompanhar tudo de perto.
O memorialista destaca que muitas vezes o desfile ainda seguia rumo ao Parque Juca Mulato para a popular dispersão, sem contar das várias ocasiões em que ocorreu no antigo estádio municipal próximo ao mesmo espaço público.
Bellini lamenta o fim dessa mobilização na cidade. “Tudo aquilo que representa um movimento cívico, com a participação da população, jamais deveria terminar. Nossa tradição tem que ser conservada. Acabar com as coisas boas do passado é um pecado mortal”, pontua.
A reportagem do Itapira News também abriu espaço para a Prefeitura de Itapira se posicionar sobre a não realização do desfile cívico-militar de 7 de Setembro. Porém, a manifestação da administração municipal não foi encaminhada à redação até a publicação da reportagem.