O verão de 2024 no hemisfério norte, ocorrido entre junho e agosto, entrou para a história como o mais quente já registrado, de acordo com o serviço europeu de monitoramento climático Copernicus.
As temperaturas extremas superaram todos os recordes anteriores, acendendo um alerta para os impactos crescentes do aquecimento global.
Segundo o relatório divulgado pelo Copernicus, as condições atuais aumentam a probabilidade de que 2024 se torne o ano mais quente já registrado, ultrapassando o recorde anterior de 2023.
Em agosto de 2024, as temperaturas globais atingiram uma média de 1,51ºC acima dos níveis pré-industriais (1850-1900), excedendo o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris de 2015, considerado crucial para evitar catástrofes climáticas.
Embora os registros de temperaturas globais datem de 1940, estudos paleoclimáticos indicam que esses níveis de calor não eram vistos há pelo menos 120 mil anos. Essa constatação, baseada em dados obtidos de núcleos de gelo e sedimentos, destaca a gravidade da situação atual.
O calor extremo de 2024 está diretamente relacionado à inação global frente à crise climática. Especialistas alertam que, sem mudanças significativas nas políticas de redução de emissões de gases de efeito estufa, os impactos serão cada vez mais devastadores e irreversíveis.
Outro fator que impulsiona os recordes de calor é o aquecimento sem precedentes dos oceanos, que cobrem 70% da superfície terrestre e absorvem 90% do excesso de calor gerado pelas atividades humanas.
Desde maio de 2023, a temperatura média da superfície dos oceanos tem se mantido em níveis extraordinários, contribuindo também para o aumento na intensidade dos ciclones.
A vice-diretora do serviço de mudanças climáticas do Copernicus, Samantha Burgess, alertou que os fenômenos extremos observados neste verão devem se intensificar. “As consequências serão devastadoras para a população e o planeta, a menos que adotemos medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, afirmou.