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O clima entre os vereadores da base governista na Câmara Municipal de Itapira ficou bem pesado nos momentos seguintes à votação que manteve o veto do prefeito Toninho Bellini (PSD) ao projeto que tentava reajustar o salário dos parlamentares a partir da próxima legislatura.
A sessão aconteceu na última quinta-feira (16) e marcou o recuo de Maísa Fernandes (PSD) e Fábio Galvão dos Santos (PSD), o Faustinho, que haviam votado a favor do projeto e, agora, ajudaram a manter o veto.
O presidente da Câmara Municipal, Mino Nicolai (MDB), e os vereadores André Siqueira (MDB), Beth Manoel (MDB) e Luan Rostirolla (PSD) seguiram favoráveis ao reajuste.
Após a votação, mesmo contrariado, Mino garantiu que o grupo governista segue “coeso”, sem racha na bancada.

Já Carlos Briza (PP), Carlinhos Sartori (PSDB) e Leandro Sartori (Psol) também votaram pela manutenção do veto, somando então os cinco votos junto aos de Faustinho e Maísa. César da Farmácia (PSD) não compareceu à sessão.
Se o veto fosse derrubado, o valor do salário pago mensalmente aos vereadores passaria de R$ 5.264,05 para R$ 9.890,00 a partir do próximo ano. Favorável ao reajuste, Luan Rostirolla (PSD) foi o primeiro a justificar seu voto.
“Claramente minha opinião não pode mudar de 10 dias para cá, eu mantenho meu voto e para quem me perguntar e vou responder meus motivos”, disse.
Visivelmente irritada com a mudança de posição dos colegas de bancada, a vereadora Beth Manoel (MDB) chegou a usar o termo “hipócritas” ao justificar seu voto também favorável ao aumento de quase 88%.
“Não preciso dizer pra ninguém que quem concordou na sala do presidente e agora votou a favor do veto do prefeito são hipócritas (sic), assim também como alguns candidatos a vereador e a prefeito que queriam, sim, o aumento”, disse.
Ao justificar a mudança de posição, Maísa alegou que “pode errar e repensar e dar três passos para trás e dez para frente”. Já Faustinho disse que a mudança de posição foi fruto de “muita conversa com o prefeito”.
Para que o veto fosse derrubado era necessário maioria absoluta dos votos, ou seja, seis votos contrários ao veto entre os 10 vereadores da Casa. O veto do chefe do Executivo deu entrada na pauta do Legislativo na sessão de quinta-feira passada (9) e enviado às Comissões Permanentes.
Antes da votação, o presidente da Câmara suspendeu a sessão e se reuniu com todos os parlamentares em sua sala, em uma última tentativa de conseguir apoio para derrubar o veto.
O projeto foi de autoria da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, que tem como presidente o vereador Faustinho e como membros os vereadores André Siqueira e Beth. A iniciativa gerou grande polêmica desde que começou a tramitar e motivou protestos na Câmara.
O reajuste em torno de 88% começaria a vigorar a partir de janeiro de 2025 e iria favorecer a próxima legislatura do município que também terá aumento no número de vereadores, de 10 para 13, conforme definido ainda em 2023.
O último reajuste do subsídio dos vereadores ocorreu em novembro de 2014, retroativo a maio do mesmo ano, com acréscimo de 6,28% ao então salário de R$ 4.953,00, chegando então ao patamar atual de 5.264,05.
Antes disso, em 2012, a pressão gerada por movimentos populares frustrou os planos de um reajuste para R$ 6.430,00, que valeria a partir de janeiro de 2013.
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